Ao entrar nos perfis de Instagram dos três influenciadores alvos da Operação 777, Vitor Vinícius de Freitas, Nicolas Guilherme de Freitas e Gabriel Oliveira Ferreira, os usuários da rede social são transportados para um universo de ostentação, onde colares robustos e relógios de ouro são protagonistas ao lado de carros de luxo, mulheres de biquíni e viagens para destinos internacionais, como Paris, Finlândia e Dubai.
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Vitor Vinícius, Nicolas Guilherme e Gabriel foram presos na manhã desta quarta-feira (27), mas antes de serem alvos da operação deflagrada pelas Delegacias Especializadas do Consumidor e de Estelionatos e Outras Fraudes de Cuiabá, para apurar a divulgação de jogos e rifas ilegais, os influenciadores publicaram stories no Instagram divulgando o “Jogo do Tigrinho”, prometendo ganhos significativos em dinheiro.
As vidas de luxo que ostentavam em seus perfis no Instagram é uma forma de influenciar os usuários da rede social a consumirem as plataformas ilegais e gerar engajamento. A investigação da Polícia Civil de Mato Grosso para apurar a atuação de seis influenciadores digitais na promoção de jogos online ilegais apontou que eles chegaram a faturar, no primeiro semestre deste ano, o total de R$ 12.869.572,00.
Além do trio, o influenciador Bruno Fabiano Marques, está foragido e teria viajado para Paris. Há um dia, os irmãos Vitor e Nicolas compartilharam um “tour” por uma casa em São José dos Campos (SP). Na legenda, eles escreveram: “nossa casa nova”. São dezenas de fotos ostentando carros de luxo e posando perto de helicópteros em Bariloche, por exemplo.
As viagens para o exterior também representam a maior parte do conteúdo publicado por Gabriel em seu perfil, onde aparece sorrindo ao lado de elefantes na Tailândia, no deserto em Dubai ou em frente à Torre Eiffel, em Paris.
Os influenciadores ainda dividiram com os seguidores imagens em que aparecem segurando sacolas de marcas de luxo como Gucci e Lacoste, ou mostrando o pulso com um Rolex. No visual do trio, colares robustos de ouro também apareciam nos stories do Instagram, onde eles intercalavam publicações do Jogo do Tigrinho e de outras plataformas ilegais.
Operação 777
Além deles, também foram presos Larissa Mataveli e Carlos Henrique Morgado. As mães presas são Cristiane de Freitas, de São Paulo, e Sandra Regina Ferreira, de Cuiabá. A decisão judicial do Núcleo de Inquéritos Policiais de Cuiabá determinou, além das prisões e buscas contra os investigados, o bloqueio de valores dos influenciadores até o montante apontado na apuração policial.
Na investigação conduzida pela Delegacia Especializada do Consumidor de Cuiabá, foram encontrados de que os investigados lançavam plataformas novas, quase diariamente, já que não demorava para que os seguidores percebessem que estavam perdendo dinheiro com apostas nos sites divulgados.
A Polícia Civil apontou indícios de que os investigados publicavam vídeos e imagens jogando versões demonstrativas fornecidas a eles pelos responsáveis das plataformas. Essas versões são programadas para que eles sempre ganhem as apostas, induzindo os seguidores ao erro com a simulação de ganhos de altos valores com apostas falsas.
As investigações identificaram, ainda, evidências de que as rifas promovidas pelos presos na operação desta quarta-feira (27), além de ilegais, também são fraudadas de diversas formas. Uma das maneiras mais comuns é o influenciador vender uma quantidade de números que cubra o valor investido no veículo ou bem de luxo sorteado. Em seguida, ele fica com a maioria dos números para que, se fosse sorteado, apresentasse um comparsa como o vencedor.