A sensação de “voar” é o que tem levado mais pessoas a se interessarem pelas aulas de bungee aéreo no Ellen Klauk Studio, no bairro Jardim Cuiabá, em que os alunos ficam penduradas pelos mesmos equipamentos usados no esporte radical para executarem movimentos como saltos, agachamentos, pranchas e burpees. As aulas acontecem em uma atmosfera lúdica e descontraída, com música e jogo de luz, tornando a hora de “fazer o cardio do dia” algo divertido.
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O bungee aéreo tem dois registros sobre sua origem, explica a proprietária do estúdio, Ellen Klauk. A primeira em 2016, na Tailândia, onde foi executada por Kae Montree e Katy Treadway, que desenvolveram essa modalidade inovadora de fitness como uma maneira divertida e dinâmica de se exercitar, combinando elementos de dança, acrobacia e resistência.
No entanto, há relatos de que em 1998, nos Estados Unidos, uma bailarina teve a ideia de usar a cadeirinha de escalada com ajuda de um amigo que trabalhava com esportes radicais para uma apresentação. Assim, com movimentos de dança ela deu início a esta possibilidade.
Proprietária do estúdio e uma das professoras de bungee e yoga aéreo, Ellen Klauk, explica que, acima de tudo, o sentimento que prevalece depois dos 40 minutos de aula de bungee é a superação. Enquanto a música toca, os movimentos aeróbicos se transformam em passos de dança.
“Um dos benefícios do bungee é ser anti estresse, quando a pessoa chega e já começa o preparo para começar a aula, acho que tudo aquilo que pesou ao longo do dia dela ou que está difícil lá fora na vida pessoal dela, aqui ela tem esses momento de alívio de estresse e de diversão”.
Por conta da intensidade, além de cada aula representar o gasto de até 400 calorias, a melhora do condicionamento físico e a força muscular também estão entre os benefícios adquiridos pelos alunos de bungee. Definição do abdômen, pernas e glúteos são alguns dos impactos causados pelas aulas, além do alívio do estresse.
“A gente vem de um pós-pandemia, tem uma galera que ainda está tentando voltar. Sabe quando você compra uma esteira para casa e ela serve de cabide? Você vai fazer aqui com os pés fora do chão e falando: Meu Deus, não acredito que fiz isso. Você sai sorrindo. Normalmente as pessoas fazem até três vezes na semana”.
Ellen ressalta como o bungee, o pilates e o yoga, tradicional ou aéreo, ensinam sobre focar a mente no presente, promovendo, consequentemente, a consciência corporal. “Consciência corporal é o estar presente no momento, se você está fazendo um exercício, foco no teu corpo. Você vai conhecendo onde tem mais força, até onde pode ir, elas vão te dando direcionamento de construções, tudo de forma muito lúdica para que não fique pesado também para o aluno”.
Nas aulas, Ellen e as outras duas professoras que comandam as aulas de bungee, Gabrielle Carvalhedo e Nathalye Pinheiro, procuram individualizar as práticas. Ou seja, no caso de alunos com patologias, como condromalácia, ou dores de coluna, por exemplo, os movimentos são adaptados para que todos possam fazer o exercício.
“Um estúdio atende de forma personalizada, por exemplo, se a gente tem uma turma com alunas com determinadas patologias, mais sedentárias, mente mais travada, passando por processo em suas vidas, aí a aula é diferente. Quando a pessoa vem com pouco condicionamento ou alguma patologia, sempre procuro orientar para que se faça atividades específicas para fortalecimento, então temos o pilates para tentar conciliar, se ela já faz musculação, aqui vamos trabalhar a parte do condicionamento físico e do coração”.
Por conta do elástico atrelado à “cadeirinha” e fixo no teto da sala, o bungee também é um exercício de pouco impacto, apesar de ser de alta intensidade. “Outra parte bacana é que como trabalhamos com elástico no bungee, ele pega um pouco da sobrecarga do nosso peso, então ele foi criado especificamente para diminuir o impacto. Então, é considerado uma atividade de baixo impacto, por mais que você salte, corra, pule e faça prancha”.
Atividade indicada para todos os corpos e idades
As aulas de bungee começaram no Ellen Klauk Studio em abril deste ano, mas Ellen já “namorava” e sonhava em trazer a modalidade para Cuiabá há pelo menos três anos. Desde que conheceu o exercício, assim como aconteceu quando fez cursos de yoga aéreo, ficou motivada pelo objetivo de apresentar a “tal liberdade” de “poder voar” por alguns minutos para mais mulheres.
“Eu tinha os equipamentos desde o ano passado, porém apresentava só para minhas alunas de yoga aéreo para a gente se divertir. Mas não tinha como dar errado, existem outras ferramentas para cuidar da saúde do músculo, da articulação, da coluna e da saúde mental sem necessariamente ir para o tradicional. A gente precisa experimentar isso”.
Ellen, Gabrielle (direita) e Nathalye (esquerda) são responsáveis por dar as aulas de bungee no estúdio. (Foto: Olhar Conceito)
O bungee também não exige idades ou corpos pré-determinados para poder fazer as aulas. Ellen lembra ter recebido mensagem de uma mulher de 48 anos interessada em conhecer o exercício, mas preocupada em ser “velha” para experimentar algo novo.
“Ela tinha 48 anos, é quatro meses mais nova que eu. Talvez seja um limitante que as pessoas colocam na própria cabeça, a melhor forma de saber se vai gostar, não é perguntando para mim, é experimentando, vivendo e sentindo. A ideia deste estúdio é proporcionar para outras pessoas saúde física e mental sem que elas precisem ir para o tradicional”.
A professora reforça que o bem estar provocado pelas aulas de bungee é sentido pelas alunas antes mesmo delas chegarem ao estúdio, no momento em que estão se arrumando para sair de casa. Diferente do sentimento martirizante gerado pela obrigação de se exercitar sem que o processo seja divertido.
“O bungee é tão bacana que você não sai de casa com o pensamento: nossa, vou colocar o tênis para ir lá fazer exercício. Você pensa que vai sair para se divertir, vai tirar o pé do chão, vai dar adrenalina, vai sentir medinho, mas também vai rir… E quando você vê, você está pulando, fazendo prancha, agachamento e gastando até 400 calorias”.
Para Ellen, o mais importante de qualquer atividade física é de que ela seja aberta para todos, sem excluir corpos ou idades. “O bungee assim como o pilates e o yoga aéreo, e vou além, como qualquer outra atividade, tem que ser adaptado para todas as pessoas, ninguém tem que ser excluído de nada, se você quer fazer, você vem e faz, no seu tempo, na sua história, no seu corpo e na sua mente”.
Benefícios do bungee aéreo:
- Baixo impacto nas articulações: Por estar suspenso, o peso corporal é parcialmente suportado pelas cordas elásticas, o que reduz o impacto nas articulações, sendo ideal para pessoas com problemas articulares ou que desejam evitar lesões.
- Fortalecimento muscular: Durante os movimentos, diferentes grupos musculares são trabalhados, especialmente os músculos do core (abdômen e lombar), pernas e braços, o que melhora a força e o tônus muscular.
- Melhora da coordenação e equilíbrio: O controle do corpo enquanto está suspenso no ar ajuda a desenvolver a coordenação motora e o equilíbrio.
- Condicionamento cardiovascular: A prática é bastante dinâmica e exige movimentos rápidos e intensos, contribuindo para a melhora da capacidade cardiovascular.
- Aumento da flexibilidade: Os movimentos amplos realizados durante a aula ajudam a aumentar a flexibilidade, promovendo maior amplitude de movimento nas articulações.
- Diversão e bem-estar: A sensação de “voar” durante a prática torna o exercício leve e divertido, liberando endorfina, o que contribui para a sensação de bem-estar e prazer.