A habilidade e facilidade no desenvolvimento de processos artesanais foi algo que a engenheira agrônoma Adriana Della Bella Marinho Magri, de 33 anos, descobriu ainda na infância por influência da mãe, Mariângela Della Bella , de 56, que estava sempre rodeada por artesanato, seja pintando fraldas de bebê à mão ou criando novas peças de crochê. Recentemente, mãe e filha se uniram para criar camas suspensas para gatos na Fina Pata Ateliê.
Leia também
De vaca à arara: tatuador vira referência em eternizar pets na pele de clientes em Cuiabá
Por instinto natural, os felinos buscam locais altos para se aninhar, fazendo com que as camas suspensas sejam uma boa opção para garantir conforto e um ambiente elevado. Enquanto Adriana fica responsável por amarrar e entrelaçar os fios de macramê para criar padrões e texturas, como os corações que decoram um dos modelos, Mariângela comanda a máquina de costura para fazer as almofadas que dão o toque final nas peças.
“A ideia veio da necessidade de uma renda extra para minha mãe, sugeri algumas coisas para ela. Comecei a fazer macramê para suporte de plantas, para agregar nos terrários que já produzia. Uma amiga, ao ver meu trabalho em macramê, sugeriu fazer camas para gatos. E lá fui eu, comprei um curso de macramê para pets que vi propaganda no Instagram”.
O trabalho com terrários já era desenvolvido por Adriana na Ciclos Ateliê Botânico, que ela expõe no Bulixo, do Sesc Arsenal, por mais esse ano, antes de suspender as vendas para se dedicar apenas às aulas particulares sobre construção e modo de cuidar de um terrário. No próximo ano, apenas as camas suspensas da Fina Pata Ateliê devem marcar presença no Bulixo.
Para fazer as peças, Adriana usa cordão de algodão e um pedaço de madeira para os modelos de parede ou uma estrutura de metal para os que são em formato de cúpula. Além de ser algo confortável para os pets, ela reforça o uso de bons materiais e finalização para que as camas suspensas também sejam uma peça de decoração.
“Separo todos os fios já cortados da medida certa, e assim me desligo do mundo para colocar todo meu amor e carinho na peça. Busco fazer peças com acabamento e materiais finos, para que fique uma peça maravilhosa paro o pet, mas que também agregue na decoração de casa”.
Inicialmente, as camas suspensas estão sendo vendidas na modalidade pré-venda, com valores que variam entre R$ 120, para os modelos com estrutura de madeira, e R$ 180 para o que é feito com estrutura metálica. “Temos três disponíveis: o boho, borboletas no coração e a cúpula. Mas já temos outros modelos engatilhados para lançar, como coleiras, guias, peitorais, mas sempre com uma pegada mais elegante nas peças”.
Ciclos Ateliê Botânico
A história de Adriana com os terrários que produz no Ciclos Ateliê Botânico começou quando ela se viu formada em meio a pandemia da covid-19 e, logo depois, precisou se dedicar integralmente aos cuidados da filha, que nasceu prematuramente. Ela lembra que depois de se formar, pensou em se especializar em paisagismo, mas não se sentiu segura com o processo. Por isso, os mini terrários pareceram uma alternativa boa para o momento que vivia.
“Fora a depressão que já vinha batendo em minha porta e me deixava pior. Aí conheci os terrários, falei: Pronto! Um mini jardim que consigo fazer tudo do começo ao fim e não dependo de ninguém. Assim surgiu meu primeiro negócio. Fiquei super realizada, mas a rotina e manutenção para continuar ficou cada vez mais difícil, então surgiu a Fina Pata”.
“Mudei o trajeto para uma profissão onde eu consiga trabalhar e cuidar da minha filha junto. É minha prioridade e com a agronomia no momento não conseguiria. Não que eu não pense ainda e fique chateada por não ter seguido, mas hoje sou muito feliz e estou muito animada com meu novo empreendimento. Amo animais, acredito que vai dar certo”, continua.
No entanto, nesta nova fase profissional, Adriana decidiu que vai se dedicar a ensinar outras pessoas a criarem os próprios terrários. A ideia das aulas surgiu de maneira espontânea, quando os próprios clientes começaram a pedir para aprender.
“Os terrários me ajudaram muito a não enlouquecer, é uma terapia maravilhosa, cada peça que eu faço, me entrego nos detalhes, porque ali sou a criadora e amo fazer de cada terrário um cenário único”.
