Há cinco anos, o tatuador Luiz Paulo Mrozkowski, de 35, topou o desafio de eternizar o pet de um cliente pela primeira vez e, desde então, ele tatua pelo menos quatro animais por semana, entre cachorros e gatos, no studio Kairós Tattoo, em Cuiabá. Como o conceito de animal de estimação pode ser muito amplo atualmente, Luiz também já recebeu pedidos inusitados como tatuar uma vaca.
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Ao
Olhar Conceito, Luiz conta que o pedido de eternizar uma vaca branca com manchas marrons chegou através de uma cliente que guardava uma memória afetiva com o animal, que pertencia ao pai. Com uma foto da vaca sobre a grama, o tatuador transferiu o desenho para a pele com técnicas de realismo.
“Era uma vaca que ficava na fazenda do pai dessa minha cliente, ela cresceu vendo essa vaquinha, é uma raça específica, chamava bastante atenção na fazenda do pai dela, então ela decidiu marcar na pele como lembrança dessa fase que eles moraram nessa fazenda”.
Uma arara também está entre os pets que já foram tatuados por Luiz, além de dezenas de raças de cachorros e gatos. Metade dos clientes que chegam ao estúdio, estima o tatuador, buscam eternizar na pele os bichos que já morreram, algo que muitas vezes se torna motivo de emoção durante a sessão.
“Arrisco dizer que 50% deles vem para eternizar mesmo os bichinhos que se foram, muitas pessoas se emocionam aqui. No momento do procedimento já cheguei a presenciar várias situações, a pessoa ficar com os olhos marejados… Tem que ter um pouco de frieza nessas horas, porque não tem como não se emocionar, mexe com o tatuador, mas tem que deixar o profissionalismo falar mais alto”.
Quando a tatuagem é finalizada, Luiz sempre repara no olhar de encantamento e no sorriso dos clientes. Para ele, além de dominar as técnicas e o tempo de experiência que acumula, cada desenho é feito como se estivesse sendo tatuado na própria pele do tatuador.
“Eles perguntam como consigo fazer, falam que parece uma figurinha, mas é o amor, é a vontade, o querer de fazer um trabalho desse como se fosse em mim. Quando termina e eu vejo o olhar, é um brilho, é o sorriso na cara… Esse é o maior pagamento para mim, na verdade”.
Referência no realismo de pets
Além de ter se tornado uma referência da técnica de realismo de pets em Cuiabá e Várzea Grande, Luiz também tem clientes que saem do interior para ter uma tatuagem dos bichinhos feita por ele na pele. Para o tatuador, o reconhecimento é uma consequência da qualidade do trabalho.
“Virei um especialista em tatuagem de pets em Cuiabá, graças a Deus, porque além de ser apaixonado pelos animais, vejo cada fofura, sinto muito prazer em fazer. Acabou se tornou uma consequência de estar fazendo, ficando cada vez melhor no estilo, na pigmentação e na parte técnica também”.
No total, Luiz acumula 10 anos tatuando, mas ainda se lembra da satisfação que sentiu ao ver o resultado da primeira tatuagem de pet que fez. Na época, foi o gatilho que ele precisava para se dedicar ainda mais aos estudos sobre esse tipo de trabalho.
“Como gostei muito do resultado, pensei: opa, peraí, sinto que tenho mão para isso também. Minhas tatuagens são sempre pequenas e médias, não pego tatuagens muito grandes para fazer, sempre gostei das menores e acabei me sentindo mais confortável em fazer”.
A propaganda foi feita pelo “boca a boca” logo na primeira tatuagem. Ele brinca que o primeiro cliente indicou o trabalho para conhecidos, que foram ao estúdio e fizeram o mesmo.
“As pessoas começaram a trazer novos desafios, porque cada pet é de um jeito, comecei a observar quem já estava fazendo isso no mundo, fui me inspirando e adaptando as técnicas ao meu estilo. Acabou dando tudo muito certo, estou tatuando pets há cinco anos”.