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Terça-feira, 03 de dezembro de 2024

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'Terra-Corpo'

Videoarte sobre colapso climático idealizada por atriz é exibida em quatro escolas de Cuiabá

Foto: Reprodução

Videoarte sobre colapso climático idealizada por atriz é exibida em quatro escolas de Cuiabá
Mais de 300 estudantes de escolas públicas de Cuiabá e 17 professores participaram do projeto "Terra-Corpo", idealizado pela atriz e diretora Katiuska Luzz, que desenvolveu uma videoarte, exibida nas unidades escolares. A ideia era propor uma reflexão sobre as causas do colapso climático que o planeta Terra enfrenta.


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Foram envolvidos 140 estudantes do 8º ano do Ensino Fundamental e seus professores, em duas exibições no Escola Cívico Militar Profª Maria Dimpina Lobo Duarte, além de 170 estudantes do Ensino Médio e outros educadores assim distribuídos: Escola Estadual Prof. Heliodoro Capistrano da Silva – 60 estudantes e dois adultos; Escola Estadual Pascoal Moreira Cabral – 70 estudantes e sete adultos; e Escola Estadual Tancredo de Almeida Neves–  40 estudantes e dois adultos.

“Desde a escrita do projeto, quis dialogar com estudantes do Ensino Fundamental I. Contudo, foi com estudantes do Ensino Médio que o debate foi mais proveitoso. Professores e professoras tiveram um papel crucial na mediação, por conhecerem os estudantes conseguiam estimular o debate. Foi muito instigante ver as reações do público, tanto dos estudantes, como dos professores e professoras”, narrou Katiuska Luzz sobre sua perspectiva do impacto da ação.

O momento de arte-educação se deu por meio da exibição da videoarte Terra-Corpo, que relaciona o modo de vida dos seres humanos à situação de emergência climática do planeta, com foco em sensibilizar os estudantes para a necessidade do cuidado ambiental.

O encontro com os estudantes previu jogos performativos da linguagem teatral e uma breve introdução à temática de responsabilidade com o meio ambiente. Em seguida, o vídeo foi projetado e equipe, junto aos professores, conduziu um debate entre os estudantes.

“Senti que o videoarte possui uma estética forte e contundente a partir dos símbolos utilizados. Fico com a impressão de que, apesar de ser um trabalho que passou como um relâmpago pelas Escolas, tem grandes chances de ter impressionado o público, de modo que, juntamente com os debates, possamos ter aberto possibilidades para os participantes continuarem a reflexão e os questionamentos sobre a crise climática”, concluiu Katiuska.

O professor de Geografia Bruno Chico acompanhou os debates com os adolescentes da Escola Heliodoro Capistrano da Silva, localizada no Parque Cuiabá. “Eu gostei muito, os alunos também adoraram. Nessa faixa faixa etária [16 e 18 anos], eles já são consumidores e trabalhadores e estão aptos a discutir [a temática ambiental]. O projeto trouxe a importância da discussão sobre as nossas motivações de consumo, a maneira que fazemos isso e como isso influencia o futuro. Foi fundamental esse debate ter sido feito por pessoas de fora da escola, mas que também fazem parte do ambiente da Educação”. 

O projeto Terra-Corpo foi aprovado no edital Fornada, da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Lazer de Cuiabá (SMCEL), com recursos da Lei Paulo Gustavo. A realização é da SMCEL, do Conselho Municipal de Cultura de Cuiabá e do Ministério da Cultura, com apoio do Centro Cultural Casa Cuiabana.

A proposta nasceu das inquietações de Katiuska em seu doutorado em Estudos de Cultura Contemporânea, na Universidade Federal de Mato Grosso, a partir da relação de uma sociedade que só busca produtividade e consumismo, sem responsabilidade com a natureza, pautada em uma relação colonial de exploração. Ela convida para os questionamentos: “Quais as relações entre o colapso climático e o cansaço? E entre o colapso climático e o consumismo? E entre a exigência de alta produtividade e a ansiedade, estresse, falta de respiração, infartos?”.

A videoarte de pouco mais de 4 minutos conduz para a compreensão de que não há separação entre a Terra e o Corpo e, além de elementos cênicos de referência ao uno Terra-Corpo e de cenas como de matas devastadas pelo fogo e cidades inundadas, a narração é de uma poesia da imortal das Letras e presidenta da Academia Mato-Grossense de Letras, Luciene Carvalho, texto especialmente escrito para o projeto. “Sou o avesso da fotossíntese / Atravesso cego, guiado por meu ego / Vendo futuros que destruo”, diz o início da narração.
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