Olhar Conceito

Quinta-feira, 05 de dezembro de 2024

Notícias | Comportamento

mais de 2 mil mortos

Em meio à guerra, cuiabana resiste no Líbano com a família: 'todos os dias ouvimos sons de explosões e bombardeios'

Foto: Arquivo pessoal

Em meio à guerra, cuiabana resiste no Líbano com a família: 'todos os dias ouvimos sons de explosões e bombardeios'
A cuiabana Hanan Hallak, de 18 anos, vive com a irmã, que também nasceu em Cuiabá, e a mãe em um vilarejo chamado Karoum, no Vale do Bekaa, no Líbano. Desde setembro, o país é alvo de bombardeios feitos por Israel, que já deixaram mais de 2 mil pessoas mortas, entre elas dois adolescentes brasileiros que morreram após ataques aéreos. Mais de 1,2 milhão já foram obrigados a deixar suas casas, mas Hanan e a família resistem. 


Leia também 
Beneficiários do Bolsa Família em Cuiabá apostam mais de R$ 6 milhões por mês no 'jogo do Tigrinho' e 'bets'

Ao Olhar Conceito, a cuiabana explica que a decisão de continuar em Karoum não foi difícil, apesar de todos os dias ela e a família ouvirem sons de explosões em cidades próximas, as três decidiram permanecer em casa. Os pais de Hanan nasceram no Líbano e antes dela se mudar, as visitas ao Brasil ocorriam em todas as férias escolares. 

"Essa escolha foi pura confiança em Deus e porque sabemos detalhes do conflito, não achamos que existem alvos na nossa cidade. Todos os dias ouvimos sons de explosões e bombardeios, as vezes vemos a fumaça e sentimos a pressão, é assustador, mas a gente confia que os bombardeios não vão chegar a nossa cidade e por isso que não pensamos em voltar para o Brasil atualmente". 

Depois da pandemia da covid-19, a situação se inverteu, fazendo com que Hanan, a irmã e a mãe se mudassem de vez para o Líbano. "Meu pai, que ficava no Brasil, começi a nos visitar aqui", explica a cuiabana, que vive momentos de tensão com a família. 

Cuiabana vive com a irmãe e a mãe em um vilarejo no Líbano, mas até o momento, elas decidiram não evacuar. (Foto: Arquivo pessoal) 

Hanan conta que os barulhos de bombardeios são frequentes e sem hora certa para acontecer, tornando tudo ainda mais "assustador". "O coração chega a doer", resume a cuiabana. Qualquer barulho que a família escuta faz com que elas saiam de casa para procurar onde o míssil caiu. 

A cidade mais próxima do Vale do Bekaa a ser bombardeada está a apenas 8km de distância da casa em que Hanan vive com a mãe e a irmã. 

"As vezes o barulho é só de uma porta fechando, as vezes nem são mísseis ou explosões, a força aérea quebra a barreira de som, o que faz um som semelhante ao som de explosões mas porque já temos experiência, conseguimos diferenciar os sons de mísseis e estrondos sônicos". 

Os ataques de Israel miram alvos do grupo Hezbollah, que surgiu inicialmente como uma resposta a invasão de Israel no Líbano em 1982. O grupo é aliado do Irã e do Hamas, sendo considerado terrorista por Israel e pelos Estados Unidos.

Em 17 de setembro, uma explosão de pagers usados por membros do grupo extremista mataram nove pessoas e deixaram outras 2.750 feriadas. Até outubro, a informação era de que pelo menos 127 crianças libanesas haviam morrido nos ataques coordenados por Israel. 

Em 23 de setembro, o Líbano teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.


 
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet