Pensando no reaproveitamento das safras de manga, goiabana, banana, abacaxi e amora, algumas das frutas que planta em uma chácara de Barão de Melgaço (a 113 km de Cuiabá), Elisa Noriko Yoshitake, de 52 anos, decidiu se dedicar ao processo de desidratação para diminuir o desperdício. O que começou por acaso, se tornou uma nova profissão para Elisa, que deixou o ramo imobiliário para criar a Kirei Doces e Salgados.
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"Foi uma novidade, fui fazendo os cursos e me aperfeiçoando, agora tenho o produto final, mas estou sempre inovando, trazendo novidades e acompanhando o mercado. Tinha outra profissão e hoje sou microempreendedora, me dedico totalmente às minhas produções, faço também pururuca e torresmo".
Depois de começar a produzir as frutas desidratadas, a cuiabana decidiu aproveitar o produto de forma criativa, usando-o para decorar barras de chocolate. Os doces são feitos por ela com chocolate nobre 40% e 70%, além de seguir o processo de temperagem são produzidos com produto nobre, que diferencia o resultado final dos chocolates industrializados, por exemplo.
"Uso as frutas para fazer acabamento, nas finalizações também como nas barrinhas de frutas, uso a cestinha de abacaxi desidratado e chocolate dentro dele também, finalizo com lâminas de amendôa, semente de abóbora, morango e kiwi. Faço as barrinhas de chocolate também com mix de castanhas e finalizo com uma fatia de laranja para agregar valor. Faço alguns bombons com frutas desidratadas picadas, flocos de arroz e finalizo com uma fatia de morango desidratado ou kiwi".
O resultado são barras de chocolate que conquistam o olhar dos clientes. Elisa conta que o impacto visual é o que aproxima novas pessoas de seus produtos e, em seguida, o sabor dos doces. Para ela, os chocolates e as frutas desidratadas mostram uma forma de consumir produtos sem açúcar.
"Estou muito feliz com a aceitação e nosso objetivo é mostrar que é possível comer um doce mais natural e saudável, sem conservantes e corantes. Nosso propósito principal é esse e dar destaque ao reaproveitamento, evitando desperdício das frutas com a desidratação. Tudo tem um propósito, estou bem feliz e realizado".
As frutas plantadas por ela na chácara são usadas de diversas formas. A amora, por exemplo, vira o pó e também serve como calda para desidratar o abacaxi. Elisa também usa uma flor comestível que planta em sua propriedade, a Clitoria ternatea, conhecida como "Flor da Fada Azul".
"Primeiro impacto de todas as frutas e de todo o meu trabalho é a beleza, acho que é o que mais chama atenção, a apresentação, o contraste de cores. Acho que as pessoas não imaginavam que uma fruta desidratada ficaria tão bonita na composição de um chocolate, fora o sabor das frutas, que quebra um pouco o doce do chocolate, por mais que trabalho com o 70%, é para um público específico, fica um sabor bem agradável e tem agradado muitas pessoas. Estou bem feliz".
Toda terça-feira, Elisa leva seus produtos para a feira do Sesc Artesanal, mas também trabalha com encomendas.