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Segunda-feira, 07 de outubro de 2024

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na Praça da Mandioca

Grupo de maracatu cuiabano realiza ato público após intolerância: 'fomos ameaçados com barra de ferro'

Foto: Cami Barros/Reprodução

Grupo de maracatu cuiabano realiza ato público após intolerância: 'fomos ameaçados com barra de ferro'
O grupo de maracatu cuiabano Buriti Nagô realiza uma manifestação nesta terça-feira (18), na Praça da Mandioca, em Cuiabá, contra episódios de intolerância e ameaças que os integrantes sofreram durante ensaios. De acordo com um dos participantes, Vicenzo Zaleski, no sábado (15), eles sofreram uma abordagem policial após denúncia de perturbação. 


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Em nota de repúdio, o grupo ressalta que os ensaios são realizados dentro do horário permitido. Aos sábados, de acordo com o texto, eles ensaiam durante a tarde e, às terças-feiras, das 19h às 21h. 

Segundo Vicenzo, o Buriti Nagô tem sido alvo de denúncias feitas à secretaria municipal de Mobilidade Urbana (Semob), na intenção de retirar o grupo do local. “Há um incômodo de parte dos comerciantes da mandioca com a nossa presença naquele espaço, ano passado chegamos a ser ameaçados com uma barra de ferro pelo proprietário de um bar”. 

“Na semana passada houve uma visita da ordem pública para liberação do alvará e moradores nos disseram que os comerciantes fizeram várias reclamações do grupo para os fiscais nesse momento. Pelo que entendemos há uma organização dos comerciantes para tentar impedir qualquer atividade nossa ali na praça”. 

Na nota de repúdio, o grupo reitera que o espaço da Praça da Mandioca é público e ressalta que o Buriti Nagô faz parte de uma manifestação popular “composta por música, dança e outros elementos culturais trazidos pelo povo africano escravizado, nasce em Pernambuco no período colonial e se torna patrimônio cultural imaterial do Brasil, pelo IPHAN, desde 2014”. 

Em Mato Grosso, o Buriti Nagô é o único grupo de maracatu em atividade, com 10 anos de existência e que oferece oficinas gratuitas. “Nesse processo, infelizmente, temos incomodado sujeitos que buscam se apropriar do espaço público para fins privados e que não toleram manifestações culturais de afirmação das tradições populares de origens africana”.

Em nota, a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) disse que atua apenas em casos onde há intervenções que possam prejudicar o fluxo de trânsito, "ou seja, em caso de manifestações que necessitem do auxílio de agentes para o bloqueio das vias".

No que se refere ao Grupo Buriti Nagô, afirma que todas as vezes em que houve solicitação de autorização para intervenção da via, esta sempre foi concedida pela Semob, "com as devidas ressalvas estabelecidas pela pasta". 
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