O artista plástico e tatuador Rodrigo Piasecki, de 32 anos, se mudou para Cuiabá em 2011 para cursar publicidade e propaganda na UFMT. Por conta do período de greve na faculdade, Rodrigo precisou voltar para Quedas do Iguaçu (PR), no ano seguinte, só retornando para terras cuiabanas entre 2014 e 2017. A passagem foi suficiente para o artista se apaixonar pela cultura de Cuiabá.
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"Nas duas vezes que fui para Cuiabá, foi muito transformador para mim. Toda vez que eu ia, coisas aconteciam na minha vida. Voltei para o Paraná por conta da greve e, quando voltei para Cuiabá, ainda trabalhava em agência, mas tive o meu primeiro contato com muralismo pintando uma obra em uma das paredes do Centro Acadêmico e foi quando comecei a tatuar. Hoje a tatuagem e a pintura são minhas atividades principais".
A influência cuiabana foi inspiração para Rodrigo criar a própria versão da Monalisa, obra de Leonardo da Vinci. Na versão do paranaense que se define como 50% cuiabano, ela foi transformada em capivara e ganhou outro nome: "Xômana Lisa", além do tradicional vestido de chita.
"Como amantes de capivaras, como qualquer pessoa de coração, sempre gostamos muito. Na UFMT sempre tinha uma capivara... No meio da brincadeira surgiu a ideia de colocar a 'xômana' com vestido de chita, sentada em uma cadeira de plástico. É muito legal ver o quanto gerou identificação, muitas pessoas mandaram mensagem elogiando".
Rodrigo conta que, inicialmente, a ideia era de pintar uma capivara tatuada e com piercing, já que a tela seria colocada no estúdio de tatuagem na cidade em que mora. No entanto, no meio do processo, ele sentiu que faltava um pouco da energia cuiabana na arte.
"Gosto muito de pintar animais, costumo dizer que minha poética está neles. Cuiabá sempre me conquistou muito, porque a cultura encanta muito, as pessoas são muito calorosas, é tudo muito rico. Culturalmente falando, é uma cidade muito movimentada".
Orgulhoso, o artista conta que carrega um pouco da cidade com ele. Ele, a namorada e o enteado, que são cuiabanos, moram juntos a dois anos no Paraná. Sempre que a sogra vai visitá-los, Rodrigo pede para que ela leve pequi.
"Cuiabá sempre foi uma inspiração muito grande para mim como artista. Cuiabá é tão rica que tem o próprio linguajar, termos, cores e folclores que só existem aí. Não tem como a pessoa não se encantar por isso. Minha namorada e meu enteado são cuiabanos, gostei tanto que trouxe um pouquinho para cá".