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Domingo, 08 de dezembro de 2024

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Amargo demais?

Cuidado, você pode estar tomando 'galho queimado' no seu café; conheça produção de grãos especiais

Cuidado, você pode estar tomando 'galho queimado' no seu café; conheça produção de grãos especiais
Olá, viajantes. Ainda estamos no sul de Minas Gerais e hoje vamos falar sobre cafés especiais e mostrar os detalhes da produção que conhecemos por aqui. Sabia que você pode estar bebendo uma mistura de grãos, cascas e galhos torrados? E talvez seu café seja muito amargo para disfarçar impurezas? Pois é... Mas antes de nos aprofundarmos nisso, quero lembrar de uma “polêmica” bem divertida provocada nas redes sociais pela última coluna. A tal distância de “um dia de carro”.

 
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Informamos no texto passado que Caxambu fica separada de Cuiabá por uma distância que pode ser percorrida de carro em 20 horas, o que dá menos de um dia. Isso, evidentemente (ou não tão evidente assim, rs), revelava apenas a distância das duas cidades de forma prática, e não era uma sugestão para que motoristas fizessem o percurso de forma ininterrupta. Uma informação para programar a viagem, inclusive planejando pausas. “20 horas de viagem não é um dia, só se o motorista for a base de rebite”, disse um leitor em um comentário. Evidente, mas, pelo visto, necessário de ser dito. Então, deixando Caxambu e a coluna passada para trás, seguimos para Capitólio, que fica a 350 km de distância do destino anterior, trecho que deve ser percorrido no tempo que o motorista achar necessário. Evidente, né? Mas precisa ser dito.
 
Vamos falar de café?
 
Capitólio é conhecida nacionalmente pelas belezas e passeios no Lago de Furnas, o que é imperdível, mas quem for conhecer lá deve fazer também “uma pausa para o cafezinho”. Conhecemos o Tulha de Minas, produção de cafés especiais da fazenda Grotãozinho, que fica a 11 km da MG-050. É disso que vamos falar hoje.
 
Lá aprendemos as características dos cafés especiais. Eles passam por uma produção criteriosa, são cultivados com cuidado, selecionados e passam por uma torra média, o que impede que fiquem com amargor intenso e cor muito escura, como a dos produtos mais comuns no mercado.
 
Existem diferentes espécies de café e a tida como a mais saborosa é a arábica. A torra média de grãos de qualidade garante que a bebida traga nuances de sabor que dispensam o uso de açúcar. Por que então a maioria dos cafés disponíveis no mercado têm amargor intenso e cor escura? Justamente para encobrir imperfeições de uma seleção pouco criteriosa, que contém galhos, cascas e outras impurezas em meio ao grão. Tudo isso é submetido a um processo de torra que deixa o produto final amargo.
 

Explorando história e "mineiridades"
 
A visita à fazenda garante um verdadeiro mergulho no mundo do café e nas mineiridades. Uma experiência imperdível para os amantes desta que é uma das bebidas mais consumidas no mundo. Também é servido almoço caipira feito em fogão a lenha.


 
A ideia do local é propiciar um roteiro do pé à xícara, em que o visitante conheça o plantio até o momento do consumo – com informações valiosas para escolher o produto e aguçar o paladar.
 
A fazenda Grotãozinho produz café há gerações e abriu as portas para virar atração turística há pouco tempo. Lá a produção é 100% da espécie arábica. O passeio tem seis etapas:
 
1- Lavoura com contemplação
 
O turista conhece a lavoura, com vista panorâmica 360º do vale do grotão e seus paredões, com caminhada ou acesso por veículo para pessoas com dificuldade. Durante a caminhada e em paradas, aprende-se sobre a história café e a formação do fruto e seu manejo, dá florada na estação de chuvas, passando pela frutificação no período chuvoso e a colheita, de junho a agosto. O passeio pode ser feito em qualquer época do ano, proporcionando vivências em diferentes momentos da produção.
 
2 – Carro de boi, carretão e arado
 
O turista conhece o meio de transporte e cultivo da época do início da fazenda. Um mergulho na história.
 
3 – Terreiro do café
 
Apresentação da história da construção do início da década de 1950, passagem pelo mirante para panorâmicas do vale do Grotão. De junho a agosto, tem a experiência com a secagem do café.

4 – Tulha de Minas
 
O que dá nome ao local, a tulha de madeira do início da década de 1950 é onde acontece a armazenagem de café.
 
5 – Museu da Tulha
 
 Apresentação da história da família de Sudário Leite Mach, exposição do acervo de móveis e utensílios da casa e ferramentas e “máquinas” de fazenda.
  
6 – Café com prosa
 
A história da família de Sudário Leite Machado e Geralda Leite Frazão, acervo de móveis e utensílios da casa.
 

Como conhecer?
 
Conheça a página do Tulha de Minas e marque aqui sua visita.

A coluna Pelos Brasis é assinada pelos jornalistas Lucas Bólico e Isabela Mercuri. Acompanhe o projeto no InstagramTikTokYoutube e Spotfy

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