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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Conheça a gastróloga que resgatou flor de coco do século 19 e será premiada junto com Dona Eulália

Foto: Flor de Coco

Conheça a gastróloga que resgatou flor de coco do século 19 e será premiada junto com Dona Eulália
Honrada e feliz por estar sendo gratificada ao lado de Dona Eulália no Prêmio Jejé de Oyá - Aos Peronagens Negros, Helaine Magalhães é proprietária da doceria Flor de Coco, que foi escolhida pelo júri da premiação pelo seu protagonismo na categoria Alimentação e Gastronomia na baixada cuiabana. Servindo doces artesanais, sabores regionais e exclusivos, a gatróloga ficou conhecida em Mato Grosso por resgatar e vender suas famosas Flores de Coco - doce do século XIX, que enfeitava as mesas dos grandes casamentos do passado.  

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Helaine é natural de São José dos Quatro Marcos (308km de Cuiabá), mas passou grande parte de sua vida viajando. Casada com um cuiabano que trabalhava em frigorífico, ela acompanhava os passos do marido, e nessas idas e vindas aprendeu a fazer doces com uma amiga, quando morou em Andradina, interior de São Paulo. Por coincidência do destino, a ‘professora’ foi a sogra de sua amiga, a doceira cuiabana Thelma Sheida. No início, Helaine fazia doces finos para casamentos. De mudança mais uma vez, veio para Diamantino, onde fez sucesso com a venda de ovos de páscoa e as encomendas para festas começaram a aumentar. 
 
Cansados de viver ‘de um lado para o outro’, Helaine e seu marido decidiram que ele sairia do frigorífico, e os dois abriram uma cafeteria em Chapada dos Guimarães, em 2015. O que era para ser calmaria, na realidade, aguçou a vontade de saber mais da mato-grossense, que ingressou no curso de gastronomia e logo vendeu o empreendimento para se dedicar somente aos estudos.  
 
O que encantava Helaine eram os doces antigos, mas ela sabia que precisava conhecer mais, e a forma de adquirir esse conhecimento veio durante um projeto que ela realizou no 3º semestre do curso de gastronomia da Univag, chamado ‘O Melhor das Américas’. “A gente escolheu um mochileiro pra contar essa experiência pros convidados. O mochileiro contava uma historia de uma viagem, porque a gente precisava costurar o cardápio”, lembra. 
 
A experiência do mochileiro inspirou a mato-grossense a sair de seu estado natal e ir conhecer as coisas na prática. Primeiro, Helaine foi até a famosa doceira Adriana Lira, que lhe incentivou a conhecer a cidade de Goiás Velho (141km de Goiânia), um reduto da doçaria brasileira antiga. 
 
Helaine se hospedou na casa de uma professora que não conhecia, e conversou com artistas plásticos, pesquisadores e moradores antigos da cidade, até conhecer Thaline Velasco, que aprendeu a receita de flores de coco com a avó, Alice Velasco, uma senhora que hoje tem cerca de 90 anos, e que fez muitas destas flores na década de 50. 

“A gente trocou receitas. Eu a ensinei a fazer a bala de coco, que era um doce que eu tinha mais facilidade pra fazer, e que tinha mais a ver com ela”, conta Helaine. O aprendizado durou toda uma tarde, já que Thaline não tinha nenhuma receita escrita, mas sim conhecimento empírico, ou seja, é tudo ‘no olho’, contou ao Olhar Conceito em 2018.  


 
De volta a Cuiabá, Helaine estudou mais seis meses até se formar, e no final de 2017 apresentou suas flores de coco em uma feira do empreendedor da Universidade. Ali, ganhou um prêmio de produto inovação, e diversos clientes, que já começaram a fazer suas encomendas para o Natal. 
 
Hoje, quatro anos depois, a doceira e gastróloga faz suas flores diariamente. Antes, a produção era realizada em sua própria residência. Agora, está em um lugar maior e devidamente equipado para produzir os doces, na Marechal Floriano Peixoto, próximo a Avenida Miguel Sutil, em Cuiabá.  

Além disso, ela explicou que “Considero que me desenvolvi mais ainda como doceira é isso trouxe um reflexo muito bom pra minha empresa. Naquela época o doce mais vendido era a flor de coco, hoje em dia o doce que mais fazemos são as balas de coco. Eu trouxe a bala para o cardápio por ser um doce afetivo, mas não imaginava que fosse se tornar o nosso doce mais vendido”, contou.  

“Doces Flor de Coco” já tem mais de 19 mil seguidores no Instagram e é sucesso em vendas. Resultado do serviço apresentado e da qualidade de seu produto, a doceria foi a vencedora do Prêmio Jejé de Oyá - Aos Personagens Negros, considerado pelo júri protagonista da categoria Alimentação e Gastronomia. 

“Honradíssima! Muito honrada! E surpresa também! Não estava esperando, fiquei muito surpresa e feliz demais!  Imagina estar ao lado de nomes como o de Dona Eulália, me deixou muito feliz!”, finalizou.  

 

 
 
 
Serviço 
 
Flor de Coco 
FAN PAGE INSTAGRAM 
Encomendas: (65) 99602-437 

O que: Prêmio Jejé de Oyá - Aos Personagens Negros  

Quando: Dia 29 de abril, sexta-feira 
 
Onde: Cine Teatro Cuiabá 

 
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