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Sábado, 14 de dezembro de 2024

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MARI BUENO

“Maria in Fretta”: obra de artista de Sinop é entregue ao Papa Francisco

Foto: Reprodução

“Maria in Fretta”: obra de artista de Sinop é entregue ao Papa Francisco
Mari Bueno, artista que vive em Sinop desde 1979, MT, teve sua obra “Maria as Pressas”, criada em 2019, entregue ao Papa Francisco um dia antes de o líder da Igreja Católica fazer a consagração da Rússia e  Ucrânia ao Imaculado Coração de Maria, em 25 de março de 2022. Na ocasião, Francisco disse gostar de pensar em Nossa Senhora com pressa em ajudar e guardar. E foi nesse contexto que Francisco recebeu o quadro. Para Mari, “foi um momento muito especial, muito mais especial do que eu imaginava”.


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Premiada e reconhecida mundialmente por suas pinturas inspiradas nas características da Amazônia para retratar a cultura indígena, a fauna, a flora, e a inculturação na Arte Sacra, Mari Bueno contou em entrevista ao Olhar Conceito que “Maria às Pressas” surgiu em 2019 após notícia de que o Papa sentia falta de uma obra que retratasse “Maria in fretta” (às pressas em italiano).

A inspiração logo veio e Mari pintou a mulher dinâmica, de ação e que foi retratada nos evangelhos como a primeira discípula e missionária de Cristo. A imagem faz referência ao episódio que Maria sai às pressas para ajudar sua prima Izabel durante uma gravidez tardia. Com a obra feita, a artista aproveitou que iria expor em Roma, na Itália, e a levou ao velho continente com intuito de entrega-la ao Papa.

“Então eu resolvi criar essa obra e aproveitei pra levar para a Itália em 2019 quando eu estive no mês de outubro fazendo uma exposição individual na sala estampa do Vaticano durante o Sínodo da Amazônia”, explicou.

Porém, diante da pandemia, a entrega não foi possível. Somente em 25 de março de 2022, três anos depois da criação, o quadro chegou para Francisco. No dia, durante a consagração aos países em guerra, o Papa comentou, na celebração da liturgia penitencial na Basílica de São Pedro, que gostava de pensar em Nossa Senhora com pressa em ajudar e guardar. O quadro foi dado ao Papa, então, neste contexto de benção e ajuda aos envolvidos na guerra.

“E quando eu soube que eles entregariam naquela semana que era a semana da consagração fiquei muito feliz, fiquei muito grata a Deus porque realmente foi um momento especial e a arte sacra como sempre tem seu papel de ser catequética, evangelizadora. E estava realmente sendo entregue num momento muito especial que era aquela semana que o papa estava realizando a celebração de consagração da Rússia e da Ucrânia a Nossa Senhora”, contou Mari.



Os detalhes da obra

- Roupa verde:  é a cor mediadora, tranquilizante, restauradora, da esperança na ressurreição, do nascimento e da renovação.
- Suas vestes têm sete pregas, a oitava está sobre seu ventre indicando a nova criação.
- Véu azul: cor mais profunda e menos material, da verdade, da transparência e da fidelidade.
- As sandálias são símbolos dos viajantes, dos peregrinos, apresenta Maria, a Discípula missionaria disposta a iniciar sua caminhada com Jesus.
- As mãos de Maria são sinal de entrega e disposição para estar a serviço do próximo, caminha ansiosa para a casa de Isabel.
- Carrega consigo uma pequena bolsa, sinal da disponibilidade de sair de seu lar e caminhar às terras montanhosas para servir.
- Sobre sua cabeça o sol, também sinal de Cristo, a Luz, que está por vir.  Com três arcos dourados, cor do Divino e sinal da Santíssima Trindade.
- Sob seus pés o caminho, de um lado flores, mostrando a alegria de Maria com seu “sim”, sua disposição para colaborar com a Salvação. Do outro as rochas, sinal do caminho que inicia, também nas dificuldades, mas na fé que a move, a rocha como sinal de Deus, a fortaleza e salvação.
 
Sobre Mari Bueno

Artista sacra natural do Paraná que reside em Sinop, MT, desde 1979, realizou exposições e recebeu 26 premiações no Brasil e em países da Europa.
 
Entre museus europeus que tem suas obras no acervo estão, o Museu de Arte Sacra e Etnologia no Santuário de Fátima e o Museu Tesouro da Misericórdia em Viseu, Portugal.
 
 Participou de Bienais na Itália e em Londres, onde ganhou menção especial por sua participação.
 
Na Itália, estudou técnicas de mosaico, pintura, desenho e iconografia. Associada da Academia Marial de Aparecida, em 2019 criou a arte para o XIII Congresso Mariológico no Santuário de Aparecida.
 
Em setembro de 2019 realizou a exposição individual “Amazônia” na Sala Stampa do Vaticano em Roma durante o Sínodo da Amazônia.
 
Pós-graduada em Arte Sacra, Espaço Litúrgico Celebrativo e Mariologia, é membro da Pastoral do Artista Sacro da CNBB e professora da pós-graduação em Mariologia pela Faculdade Dehoniana e Academia Marial de Aparecida.
 
Reconhecida no Brasil e no exterior, projetou e executou mais de 3000 m² de arte sacra em Igrejas e capelas em várias regiões do país, entre elas a Catedral de Sinop.
 
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