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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Takashi Yamauchi

Especialista avalia Terceiro Setor em Mato Grosso: “é preciso entender essa ferramenta”

Foto: Reprodução

Especialista avalia Terceiro Setor em Mato Grosso: “é preciso entender essa ferramenta”
O especialista Takashi Yamauchi avaliou o Terceiro Setor no Estado de Mato Grosso em entrevista ao Olhar Conceito. Segundo Yamauchi, é preciso melhorar o setor, apesar de reconhecer que há muitas organizações no Estado, sendo necessário entender “essa ferramenta”.

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Em Mato Grosso, Takashi já atuou em Lucas do Rio Verde, Barra do Garças, Alta Floresta e Tangará da Serra. Para ele, o Terceiro Setor no estado é virgem, com problemas estruturais que resultam também na falta de conhecimento técnico.

“Está virgem. Vocês têm muitas organizações aqui. Ontem mesmo eu estava conversando com um pessoal que trabalha com gados de corte. É uma associação antiga, de mais de 20 anos, mas quando se vê sua estrutura, o que está fazendo, ao invés de desempenhar o verdadeiro papel que a associação pode fazer, está sendo usada mais como cenário político, de intermediações e acordos, e não como grupo para poder dar suporte técnico ao produtor e pecuarista”, conta. “É preciso tecnificar e entender o que é essa ferramenta”, alvalia para o estado.

O problema, entretanto, é em âmbito nacional. “O instrumento chamado Terceiro Setor infelizmente há uma dificuldade em entender um pouco no Brasil. Porque isso não é estudado na grade curricular dos cursos de graduação, tanto de direito, economia, administração e assistência social. As pessoas não tem uma abordagem na academia de uma forma adequada”, expõe Takashi ao Olhar Conceito.

“[O terceiro setor] se refere a associações, fundações, igrejas, partidos políticos e sindicatos. Todas as organizações que antes eram chamadas de sem fins lucrativos”, explica. Essas organizações atuam em prol de melhorias sejam no âmbito social, com os direitos humanos, meio ambiente e até mesmo econômico. Sua atuação visa chegar onde os governos, às vezes, falham em alcançar.

Takashi exemplifica que essa falta de conhecimento sobre o Terceiro Setor faz com que haja uma perda de cerca de 23% a 25% de economia circulando nos municípios. Por este motivo, ele acredita que é necessário que a sociedade tenha conhecimento e domínio sobre o Terceiro Setor: “temos um grande número de instituições no país, mas grande parte estão ilegais. Mesmo aqueles legais possuem uma gestão amadora”, conta.

"O que tem que mostrar é isso. Em relação aos números, é meio grotesco. Temos um grande número de instituições, mas quando se analisa o PIB brasileiro, se movimentam pouco. Hoje o Terceiro Setor no Brasil movimenta algo em torno de 4% do PIB nacional, enquanto em outros países movimenta entre 30% a 40%. Estamos muito aquém do que poderia estar sendo feito", afirma.

Sobre Takashi

O profissional é fundador da Apto - Centro de Estudo e Difusão do Terceiro Setor e revela que está sendo montada uma rede de organizações no Brasil para que sejam utilizadas as ferramentas do Terceiro Setor. 

Takashi trabalha com o Terceiro Setor desde 1975. Tudo começou durante a faculdade de arquitetura em São Paulo. Na época, ele propôs para um professor algumas atividades fora do currículo comum, e posteriormente pediu para montar um centro de estudos e pesquisa em arquitetura. Um dos primeiros projetos foi feito em parceria com a prefeitura de um município do interior de São Paulo.
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