Um grupo de seis atores mato-grossenses se reuniu para fazer uma campanha para participar da nova versão de “Pantanal”, novela clássica do início dos anos 1990. A ação visa chamar a atenção de roteiristas e produtores da Rede Globo por meio da mídia local e nacional. Nova versão da novela de Benedito Ruy Barbosa está prevista para 2021 e deve abordar em sua trama as queimadas que devastam a flora e fauna do Pantanal.
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Guilherme Acrizio, Tamiha Mohammad, Hugo Caramello, Rafaela Salomão, Letícia Catalá e Mariana Badan são os atores mato-grossenses que se resolveram se unir para a ação. Em entrevista ao
Olhar Conceito, conta que a regravação da novela “deu uma brecha para a gente se unir. Unidos, a gente vai chamar atenção deles, obviamente, porque eles vão estar procurando por atores mato-grossenses”.
Natural de Poxoréu (a 264 km de Cuiabá), Guilherme explica que a ideia de mobilizar os atores surgiu após uma declaração de Bruno Luperi, neto de Ruy Barbosa e autor desta nova versão, dizendo que a regravação pretende trazer talentos de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, já que “não tem como fazer Pantanal fora do Pantanal”.
“Pensei: ‘cara, que legal que ele pensa assim’. Porque eu moro no Rio tem 10 anos, sou mato-grossense e sei da dificuldade que é o mercado para nós que viemos de tão longe. Nossa cultura é tão fechada e pouco conhecida. Se você fala que é de Mato Grosso, as pessoas não sabem onde fica, se é [ou não] Mato Grosso do Sul. Não conhecem Chapada e não sabem onde fica o Pantanal. Não sabem nada”, explica.
A versão original da novela foi gravada no Pantanal sul mato-grossense, mas ainda não foi confirmado se o remake ainda será nesse estado ou se pode ter trechos registrados em Mato Grosso. De qualquer modo, a campanha dos atores não visa somente a novela prevista para 2021, como também chamar a atenção do canal para outras produções futuras.
“Isso pode abrir portas no futuro. Se [a campanha] não ajudar em nada agora, o não já temos. Vale a tentativa. (...) Se não surgir [oportunidades agora], já estamos em contato um com o outro. Só isso já está valendo a pena. Pode rolar no futuro um filme, uma peça de teatro. Qualquer coisa, entendeu? Não precisa ser agora no ano que vem”, explica.
A nível nacional, poucos atores mato-grossenses conseguiram se destacar. Otaviano Costa é um deles. Natural de Cuiabá, o ator e marido de Flávia Alessandra se mudou para o São Paulo ainda com 16 anos. Otaviano começou como apresentador e posteriormente deslanchou alguns trabalhos em novelas como “Caras & Bocas”, “Morde & Assopra” e “Salve Jorge”. Seu último trabalho como ator foi no remake da “Escolinha do Professor Raimundo”.
Há mais de 30 anos, “Pantanal” foi um sucesso dos anos 1990 e foi exibida originalmente na extinta TV Manchete. Uma remake para a produção é cogitado desde 2006, quando a Globo abriu negociações para adquirir os direitos. Para o autor, em entrevista ao
“Fantástico”, o remake é a realização de um sonho.
Neste nova versão, é esperado que as queimadas e devastação no Pantanal sejam abordados na trama. No Instagram, o autor lamentou sobre as queimadas: “simplesmente assombroso”. Ainda na publicação, ele afirmou que “nada adiantará tanto talento reunido se não houver Pantanal”.
“É impossível deixar qualquer tema sobrepor a importância do que vem acontecendo neste exato momento no Pantanal. O fogo já consumiu cerca de 16% do bioma pantaneiro do começo de setembro para cá. E isso é simplesmente assombroso! Assim como na versão original, essa adaptação visa lançar luz sobre questões e debates sensíveis para a sociedade ao longo da trama. Buscando além do mero entretenimento, propor, quem sabe, uma reflexão importante para o Brasil enquanto país. Tenho fé que atores, atrizes e músicos não estarão em extinção quando esse dia chegar, mas de nada adiantará tanto talento reunido se não houver Pantanal”, disse na rede social.