Um livro de arquitetura publicado pela editora suíça Birkhäuser traz diversos modelos de construções exemplares de todo o mundo. Dentre eles, está a casa Bakari, construção indígena presente em Mato Grosso. Arquitetura Vernacular - Atlas para Viver em Todo o Mundo (em tradução livre) foi publicado em inglês pela editora suíça Birkhäuser, que integra o hall de marcas da editora científica global De Gruyter, sediada em Berlim, Alemanha.
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O livro é formado por 32 capítulos sobre arquitetura vernacular na Europa, Ásia,
Oceania, África e América, escritos por mais de 40 autores. Dentre eles, está o arquiteto e urbanista José Afonso Botura Portocarrero, que foi quem decidiu falar sobre a Bakari, a arquitetura da edificação e a tecnologia para construí-la.
O livro remonta a centenas de anos, e cita, por exemplo, a low german house ou casa baixa alemã, também conhecida como Fachhallenhaus, feita de madeira, combinando alojamentos e celeiro sob o mesmo teto, ou ainda a casa minka japonesa e as formas usuais das edificações encontradas no sul do Marrocos.
Portocarrero é professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Faet (Faculdade de Arquitetura, Engenharia e Tecnologia) e coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas Tecnologias Indígenas (Tecnoíndia), da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
Ele também esteve, e está, à frente de diferentes projetos com a Fundação Uniselva, como a ampliação da Escola Sesc no Pantanal, em Poconé, a implantação da Usina Fotovoltaica, também no Sesc Pantanal, e a obra sustentável do imóvel número 1.060, na rua 13 de Junho, Centro Sul de Cuiabá, com 3 mil m2 de área construída, pertencente a Agência de Fomento do Estado de Mato Grosso S/A (Desenvolve MT).
O convite para integrar o livro veio de Christian Schittich, organizador. Portocarrero conta que escolheu como exemplo a casa Bakairi para resgatar a memória e produzir o primeiro registro imagético da habitação. "O Karl von den Steinen [expedicionário alemão que esteve no Xingu em 1884 e 1887] viu essa casa e morou nela alguns dias. Ele descreveu a casa Bakairi muito interessantemente, mas ela nunca mais foi vista, nem desenhada ou fotografada. Então, peguei a descrição dele e fiz uma aproximação, primeiro com os meus desenhos e depois com a arte final finalizada pelo José Maria Andrade. É uma casa grande, com cerca de oito metros de altura. Hoje, os Bakairi não fazem mais a casa nessas dimensões e com essa descrição", explica.
O livro está à venda
AQUI.