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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Mc, beatmaker, DJ e produtor analisa cena de Cuiabá: “Tem que parar com essa guerra de ego”

Foto: Reprodução / Instagram

Mc, beatmaker, DJ e produtor analisa cena de Cuiabá: “Tem que parar com essa guerra de ego”
Faz apenas três anos que o várzea-grandense Vinicius Quintino Ribeiro da Silva, 21, mais conhecido como ‘Xinn Beats’, aprendeu a criar batidas de músicas no computador. Antes disso, no entanto, sempre gostou de música, e gostava de mixar como hobby, unindo batidas e criando novos sons. Hoje, é DJ, beatmaker, MC e produtor, e trabalha em parceria com vários artistas. Das dificuldades de fazer música em Cuiabá, ele destaca a ‘rixa’ entre os músicos. “Tem que parar com essa guerra de ego”.

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“Até então eu não sabia que tinha como produzir mesmo, criar do zero. Eu só brincava, não levava a sério”, contou ao Olhar Conceito. Foi quando conheceu Perez, seu futuro parceiro, que ele descobriu o novo universo. Ele lhe mostrou um programa onde criava as músicas ‘do zero’, e Xinn decidiu tentar. “Cheguei em casa, e até então não tinha levado muita fé, mas baixei e comecei a fuçar. Isso há três anos. Criei minhas primeiras batidas... não estava lá aquelas coisas, mas foi evoluindo”, lembra.

Vinícius sempre teve apoio da família para seguir seu sonho, mas, como ainda não era algo rentável, decidiu também fazer faculdade de Tecnologia da Informação (TI) e, hoje, é estagiário na área. Quando entrou na graduação, já pensava em fazer uma pós em segurança da informação, mas, hoje, também pensa em estudar engenharia de áudio.

Paralelo a tudo isso, Xinn é DJ na noite, MC - inclusive produzindo um EP, que deve sair em 2020 – e beatmaker. Seu dia é dividido entre o estágio, de manhã, e o trabalho como produtor, à tarde. “Geralmente eu faço os beats, disponibilizo em um catálogo, e o MC que gostar, compra”, explica.

Seu processo de criação é variado. “Quando eu estou em casa, sem fazer nada, às vezes vem uma melodia na minha cabeça e eu começo a produzir. Pego o teclado, vou fazendo e, quando vou ver, já saiu uma batida. Eu escuto e penso se vai dar para vender ou rimar em cima... dependendo do quão apegado eu fico, eu disponibilizo para venda, se não eu pego pra mim, separo e deixo guardado para depois rimar em cima”.
No entanto, as rimas também vêm aleatoriamente, às vezes até mesmo quando está andando na rua, e tem que parar para anotar. “Depois que surge alguma batida que eu faço eu vejo se encaixa, se não encaixar, eu deixo guardado”. Em seu EP, segundo ele, foram feitas primeiro as melodias e, depois, ele teve que focar para fazer as rimas.

‘Keep Focus’ é o nome do trabalho, que ainda não tem data de lançamento. Nele, Xinn rima em português, inglês e japonês, e fala sobre o que sente. “Música pra mim é sentimento. Então dependendo da vibe que a produção me dá e o beat me traz eu crio. Por exemplo, se é um beat animado, a gente fala sobre festa, sobre sair com os amigos, o dia a dia. Se é um beat mais triste, a gente fala sobre reflexões da vida, pensamentos. Vai muito disso”. Dentre as inspirações do artista estão beatmakers como Sick Beats, Simon Servida, WC no Beat e Papatinho, e os MCs Djonga, Coruja e Amiri.

O sonho de Xinn é poder viver de música e construir um estúdio próprio. “Acho que quando eu conquistar o meu estúdio grande, com espaço, vai ser uma realização. Como para as pessoas que querem comprar uma casa, um carro, pra mim seria o meu estúdio”, revela. No entanto, também não dispensa estar nos palcos. “É legal porque vem gente falar que gostou do seu trabalho, que você evoluiu, e pra mim isso é muito... eu penso, caramba, uma parada que eu fiz, a pessoa gostou. Eu ainda não assimilo. Porque nunca me pensei fazendo isso. Me sinto muito feliz, isso é um dos motivos de eu continuar querendo evoluir, buscar mais conhecimento, melhorar as produções, ser referência”.

Apesar de ter começado ‘do zero’, para ele, o maior impedimento em Cuiabá está nas relações. “A galera fica dividida. Eu acho que seria interessante se todo mundo se juntasse e colocasse Cuiabá no ar. Tem muita galera talentosa aqui, desde o underground ate o comercial, mas eu acho que tem que juntar todo mundo, um divulgar o som do outro, porque tem muita rixa. A galera tem que parar com essa visão, essa guerra de ego”, finaliza.

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