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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Cuiabano que cantava na igreja segue o coração para viver da música e busca ‘lugar ao sol’

Foto: Anne Martins

Cuiabano que cantava na igreja segue o coração para viver da música e busca ‘lugar ao sol’
As lembranças mais antigas que Daniel Morel, hoje com 24 anos, tem da música em sua vida são de sua mãe o levando para festivais da igreja e da escola para cantar. Foi também na igreja que aprendeu a tocar violão, e que começou a compor para os retiros de jovens. No entanto, foi só aos 22, depois de um tempo em empregos ‘formais’ e estudando administração, que ele decidiu seguir o coração e se dedicar totalmente à arte. Hoje, segue buscando um lugar ao sol.

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“Eu fiquei infeliz com minha profissão. Estava trabalhando na área de administração, cursando uma faculdade também, e tranquei porque não estava conseguindo me encontrar. Eu fiquei pensando: o que eu faço de melhor?”, contou ao Olhar Conceito. Nesta época, Daniel trabalhava em uma empresa de revenda de veículos.

Foi da família que veio a ideia de se dedicar à música. “Minha mãe, minha tia, todo mundo falava: ‘Você canta bem, vai pro Raul Gil, vai pro Faustão...’. E eu comecei a acreditar em mim mesmo”. O ‘estopim’, segundo ele, veio desta infelicidade “Eu estava caindo em uma tristeza que não sabia o que era, e comecei a questionar, eu mesmo, nos meus momentos de reflexão: o que eu tenho feito para melhorar? O que vou fazer, como vou agir?”.

Foi neste ínterim que ele encontrou Gabriel Bong, um colega, que também tocava na igreja, e já estava se aventurando pelo mundo da música. “Eu compartilhei com ele a ideia, falei que queria viver de música. Ele tinha uma pasta com 70 músicas de MPB e pop rock, me deu e falou para eu tocar na pizzaria onde ele tocava”.

A partir desta primeira ajuda, ele foi em busca de outras oportunidades. “Eu nunca tinha tocado muitas horas seguidas e nem tinha ideia do mercado, de como era. Então fui chegando de mansinho. Em todos os lugares que eu ia, de porta em porta, pedir oportunidade, eu conversava com os músicos da casa. Me apresentava para o músico - porque aqui a galera fica meio apreensiva e não quer dar espaço. Vários artistas que eu cheguei me ajudaram, mas tiveram alguns que não, que falavam mal, jogavam pedra, puxavam o tapete”, lamenta.

E foi assim, ligando de estabelecimento em estabelecimento, que ele conseguiu a oportunidade de tocar em diversos lugares da cidade, como o Malcom Pub e o Sesc Arsenal. No início, focava somente em covers do que o público mais gostava de ouvir, mas seu ‘coração’ sempre foi da Black Music.

Aos poucos, ele introduz composições próprias em algumas apresentações, sempre que possível. “[Mas] eu não julgo, porque tem vários artistas nacionais que estouraram e que tocavam interpretações de músicas, começaram no cover. E eu não julgo o cover, eu curto pra caramba”.

Neste ano, ao lado de Gabriel Bong, iniciou um projeto com várias publicações próprias, começando por ‘Continue de Pé’, que fez junto com o amigo. Outro single foi ‘Último Trago’, que faz referência às belezas de Cuiabá e Chapada dos Guimarães. A mais recente foi ‘Acreditar’, uma mistura de soul com reggae music.

Apesar das dificuldades, ele comemora a decisão de viver da arte. “Não tem rotina. Isso que me pegava na empresa, porque eu sempre tinha que seguir uma rotina, e eu tentava fazer padrões diferentes. Até a moça do RH falou pra mim: você não se adapta a um padrão. Todo dia você muda sua mesa de lugar, você quer mudar alguma coisa. Hoje, cada dia é uma coisa nova”, afirma. “E eu me enxergo como um produto. Posso animar a sua festa, tenho esse orçamento... e eu sou meu próprio vendedor”.

No futuro, o sonho de Dan é chegar a ser conhecido nacionalmente. “Mato Grosso é um estado com potencial muito grande, [tão bom] como artistas de São Paulo, Rio de Janeiro. A gente não tem que ser o artista que tem que ir para fora para estourar. É a galera daqui abraçar a gente e levar a gente para fora, e estourar daqui mesmo. Não é só sertanejo que tem que estourar aqui”, finaliza.

*Fotos: Barbara Kezia; Rafael Nilkerson; Brunna Vieira

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