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Sábado, 20 de abril de 2024

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Grupo de voluntários cria “Geladeira Solidária” para alimentar pessoas em situação de vulnerabilidade social

Foto: Rogério Florentino/ Olhar Direto

Grupo de voluntários cria “Geladeira Solidária” para alimentar pessoas em situação de vulnerabilidade social
Um grupo de voluntários criou o Projeto Geladeira Solidária, e instalou uma geladeira no Terminal Rodoviário Eng. Cássio Veiga de Sá, em Cuiabá, no último dia 24 de maio, com o objetivo de oferecer comida a todas aquelas pessoas que tem fome e não tem condições de pagar por um alimento, sejam elas, pessoas em situação de rua, imigrantes, viajantes em tratamento de saúde ou qualquer pessoa que esteja passando por dificuldades financeiras. A geladeira é abastecida diariamente por parceiros e voluntários com alimentos frescos, frutas, sucos, sanduíches e demais alimentos. Qualquer pessoa pode colaborar levando a sua doação até o local.

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De acordo com uma das organizadoras do projeto, Simone Pelegrini , o grupo possui cerca de 30 voluntários e já planejava instalar uma geladeira solidária há anos, mas de fato só foi possível após eles ganharem uma geladeira usada. “Já queríamos instalar as geladeiras aqui em Cuiabá porque víamos nas outras cidades e dava certo, então quando ganhamos a geladeira o primeiro local que pensamos em colocar foi na Rodoviária, por causa do grande fluxo de pessoas necessitadas naquela região. A princípio a gente fez pensando nos moradores de rua e nos venezuelanos que chegam aqui em Cuiabá, porque tem muitos albergues na região, mas vimos que muitos viajantes chegam aqui sem nada, sem ter nem o dinheiro para comer”, diz.
 

Simone conta que o projeto recebe o apoio da Sociedade Nacional de Apoio Rodoviário e Turístico LTDA (Sinart), que administra a rodoviária. A empresa não só permitiu que a geladeira fosse instalada no local, como também permite que os seguranças do local deem uma ajuda cuidando da geladeira para que não seja “esvaziada” de forma incorreta.
 
A funcionária do setor de achados e perdidos, Maide Lobo, contou para o Olhar Conceito que, no início, algumas pessoas agiam de forma descontrolada e foi preciso o apoio dos seguranças da rodoviária para que a geladeira não fosse esvaziada rapidamente. “No começo, algumas pessoas vinham aqui e queriam pegar tudo, voltava três, quatro vezes no mesmo dia. Tivemos que conversar com eles e explicar que o alimento era para ser compartilhado com mais pessoas”, diz.

Maide ainda afirma que o apoio dos restaurantes de dentro da rodoviária é fundamental para o sucesso da geladeira. “O pessoal dos restaurantes sempre abastece aqui, principalmente depois das 14h que é o horário que eles fecham. Eles trazem várias marmitas de comida e abastecem a geladeira. Vejo famílias vindo pegar o alimento, fico pensando como seria para essas pessoas se não tivesse a geladeira aqui”.


 
Gleiciano Martins de Souza, de 26 anos, veio de Brasília atrás de uma chance na capital. Ele conta que está morando de favor da casa de um amigo enquanto não consegue um emprego fixo. Gleiciano trabalha como ajudante em um pregão, e faz “bico” em uma lanchonete, o que lhe rende cerca de R$ 30 por dia.

“Eu ainda não tenho nem fogão nem geladeira, estou juntando dinheiro para poder comprar essas coisas que faltam e poder fazer minha comida. Fiquei sabendo dessa geladeira há cerca de duas semanas, mas não é toda vez que eu chego e tem alguma coisa nela, tem dia que eu abro e não tem nada, mas na maioria das vezes tem”, afirma.

Gleiciano encara a situação como provisória e tem planos de poder ajudar outras pessoas em breve. “As vezes eu chego do pregão cansado e acabo não vindo, outras vezes também meu patrão paga uma marmita pra mim então eu não venho porque como eu já tive o meu almoço naquele dia eu não venho para não tirar a vaga de outra pessoa que está precisando comer também. Estou juntando dinheiro, e se Deus quiser vou conseguir alugar uma casa, comprar meu fogão e meu botijão de gás e não vou mais precisar vir aqui, porque isso aqui é um quebra galho, eu não posso continuar pegando comida tendo fogão e geladeira em casa. Quem sabe eu consiga vir aqui só para ajudar a abastecer a geladeira para outras pessoas”, diz.

 

Os voluntários se revezam para abastecerem a geladeira pela manhã, pois todos os dias ela amanhece vazia. O grupo está em busca de parceiros que possam oferecer refeições para almoço e jantar. “Temos bastante doação de lanches, frutas e iogurtes, mas a demanda maior é pelas marmitas, então estamos em busca de quem possa fornecer esse tipo de alimento”, frisa Simone.

Não é permitido embalagens de vidro, bebida alcoólica, alimentos vencidos ou crus (como carne, peixe e frango) e produtos abertos. É necessário que os alimentos estejam embalados e com a data de validade exposta. 

Para quem quiser colaborar com o projeto, basta levar os alimentos até o terminar rodoviário e colocar dentro da geladeira. Para quem tem interesse em ajudar, mas não pode ir até o local, basta enviar uma mensagem através da Facebook do projeto que um voluntário busca a doação.
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