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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Notícias | Chef Paulo Vitor

bastidores e cultura gastronômica

Com aumento do consumo, mercado de cervejarias artesanais é otimista em MT

Foto: Rogério Florentino Pereira / Olhar Direto

Com aumento do consumo, mercado de cervejarias artesanais é otimista em MT
Olá Amigos!

Hoje eu vou conversar com vocês sobre o cenário das cervejas artesanais em Mato Grosso. Você sabia que atualmente só 1% das cervejas vendidas no Brasil são artesanais? O número é muito pequeno, e quando pensamos em uma realidade local pode ser menor ainda. No entanto, isso vem mudando nos últimos anos, desde o surgimento da Bendita – cerveja feita com furrundu, idealizada por dois jornalistas de Cuiabá, mas que era produzida em Ribeirão Preto, no estado de São Paulo – e do nascimento da cervejaria Louvada, que começou sua produção em novembro de 2015.

Até o nascimento da Louvada, Cuiabá não tinha nenhuma cervejaria artesanal. Ela ‘abriu as portas’ para outros empreendedores, e hoje já são idealizadas mais duas ou três marcas para os próximos anos. Hoje, a Louvada produz inclusive a cerveja Benedita, aquela do furrundu.

Conversando com o diretor comercial da marca, o Ygor Quintela, consegui entender como a marca se consolidou entre os cuiabanos. Hoje, 70% das vendas da Louvada são da cerveja pilsen, ou seja, a cerveja mais leve. Quando se leva em conta só a garrafa (e não o chope), no entanto, o número cai para 50%.
A Louvada começou com só três tipos: a pilsen, a weiss (de trigo) e a APA, American Pale Ale. Hoje, ela também produz a Indian Pale Ale e a Witbier (com adição de cascas de ponkan e coentro). Além disso, a produção da fábrica aumentou seis vezes em só um ano e meio, e eles estão em praticamente todos os restaurantes, bares e conveniências da capital. No Dom Sebastião, por exemplo, só vendemos chope Louvada, e temos todos os rótulos da marca em nossa carta de cervejas.



Para além da qualidade superior – o que é incontestável – em relação às cervejas comerciais, as artesanais geralmente tem um preço muito superior. E foi aí, segundo Ygor, que a Louvada conseguiu acertar. Hoje, o consumidor consegue ter acesso a uma pilsen, por exemplo, por R$14. E se ele gosta, ele pede para experimentar também os outros tipos.

Nos hoteis em que o Dom administra os restaurantes, por exemplo, eu consigo enxergar essa diferença. Muitas pessoas vão até lá só para comprar a cerveja Louvada, e teve garrafa que já viajou até a Suíça como presente. Segundo Ygor, apesar de muitos pedidos, a Louvada ainda não vende para fora do estado porque nem mesmo a demanda de Mato Grosso eles conseguem atender – de tantos pedidos que têm.

Com isso podemos enxergar que a cerveja artesanal, que antes era restrita aos cervejeiros mais especializados, está se popularizando. Apesar de continuar nas casas de cervejas especiais – como é o caso da Serra Grande, onde seis das quinze torneiras de chope são de Louvada – a cerveja artesanal está alcançando outras pessoas.

Em Mato Grosso, temos também outra cervejaria premiada, a Kessbier, de Nova Mutum (230km de Cuiabá). Com seis tipos de cerveja, a pilsen, a weiss, a APA, a stout, a Oktoberfest Märzen e a IPA, eles já ganharam, por exemplo, prêmios durante o Festival Brasileiro da Cerveja de Blumenau.

O cenário é favorável. No entanto, não podemos dizer que o Brasil poderá se tornar uma ‘Escola Cervejeira’, como é o caso da Alemanha, Bélgica e Estados Unidos, já que para isso é preciso criar algo inovador, ou seja, um novo conceito em cerveja. O objetivo é aumentar as vendas e chegar a pelo menos 5% do consumo nacional. Para isso, nossas cervejarias do estado já estão ajudando. 

*Paulo Vitor é Chef de cozinha e proprietário do Restaurante Dom Sebastião
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