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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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para ajudar o próximo

Após superar um câncer e perder a esposa durante a faculdade, senhor de 78 anos se forma em direito

Foto: Arquivo Pessoal

Luiz Laurentino da Silva

Luiz Laurentino da Silva

Após passar por uma luta contra o câncer e ficar viúvo no último ano, o várzea-grandense Luiz Laurentino Silva, de 78 anos, vai se formar em direito nesta semana, pelo Centro Universitário de Várzea Grande (Univag). A colação de grau acontece na próxima sexta-feira (27), as 19h, no Bloco D da universidade.

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Laurentino trabalhou a vida toda com eletrônica, e tinha uma fábrica em Várzea Grande, sua cidade natal. A vontade de trabalhar com direito lhe veio com o tempo. “Eu trabalhava no Conselho do Fórum de Várzea Grande, e durante muito tempo eu vi que faltavam pessoas capacitadas e que quisessem trabalhar na defensoria pública, ajudando aqueles que precisam de defesa”, contou o graduando ao Olhar Conceito.

Com vontade de ajudar o próximo, ele se inscreveu no curso de Direito da Univag em 2012, e cursou a faculdade toda com apenas dez faltas, sem nenhuma nota abaixo da média ou ‘prova final’. Mas não foi fácil.

Durante os anos de graduação, Luiz descobriu que estava com câncer de próstata em grau avançado, e maligno. “Foi muito difícil, mas eu não pensei em desistir. No tratamento eu fiz 36 sessões de radioterapia e depois eu tinha dificuldade de andar e não conseguia levantar depois que sentava. Mas os meus colegas me ajudaram muito, meus professores também”, lembra.


Luiz Laurentino e os colegas de sala (Foto: Reprodução / Facebook)

Outro problema – para Luiz, ainda maior – foi a perda da esposa no último ano. “Ela faleceu nos meus braços. Estávamos só nós dois em casa, sozinhos, e pra mim foi o pior de tudo. (...) Mas antes de morrer ela me pediu que eu não abandonasse a faculdade”, conta o novo advogado. “Foi muito difícil, teve dia que eu cheguei a chorar na sala de aula”.

Apesar das dificuldades, Luiz perseverou e conseguiu se formar, com nota máxima no Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). Para ele, o objetivo agora é ensinar as técnicas de direito penal a novos advogados. “Tenho consciência que com a minha idade vou ter pouco tempo para colaborar, por isso acho que se eu ensinar o que sei, ajudo mais”, afirma.

Por enquanto, ele já carrega o orgulho de inspirar diversas outras pessoas. “Depois que eu comecei a faculdade, já vieram umas cinco pessoas da minha família dizer que iam começar também, que eu tinha as incentivado (...). Um dos meus objetivos, também, era mostrar para as pessoas de 25, 35, até 50 anos, que acham que são muito velhas para algum projeto, que não tem idade pra começar”, finaliza.
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