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Terça-feira, 12 de novembro de 2024

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Carlos Eduardo Latterza fala sobre a depressão e a visão do espiritismo sobre esta doença

Foto: Arquivo Pessoal

Carlos Eduardo Latterza fala sobre a depressão e a visão do espiritismo sobre esta doença
Visão Espírita: Como venço o desânimo e o que posso fazer nos dias de angústia e solidão?


Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
Mateus, 5:4

"A sensação é como se você estivesse deitado sobre um buraco negro. Levantar da cama é difícil, como se algo te abraçasse e sugasse toda a sua energia. Não há forças sequer para chorar."
Esta é uma das muitas formas de se descrever um quadro depressivo. Denota-se nesta descrição a falta de energia, o desânimo, a tristeza profunda de quem sofre com a depressão e condições correlatas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) , em 2020 a depressão será a maior causa incapacitante do mundo. Estudos apontam que mais de 350 milhões de pessoas sofrem com a depressão . Os números devem ser ainda maiores, pois grande parte das pessoas que sofrem com a depressão não têm consciência do seu quadro.

A depressão já foi tida como o mal do século XXI, consolidando-se como verdadeira epidemia global. As causas são multifatoriais , havendo estudos que apontam fatores genéticos, ambientais e biológicos. A cura ainda é difícil, não se tratando de ciência exata. Remédios, psicoterapia, tratamentos alternativos, apoio espiritual e religioso, tudo é buscado para o alívio e a cura da depressão. Ainda assim, todos os esforços não parecem diminuir o aumento do número de casos. Como então enfrentar este estado d'alma, que já era reconhecido pelos gregos, com o nome de melancolia?

Segundo o Espiritismo, o primeiro ponto a se observar é o tratamento médico, com o atendimento por psiquiatra e psicólogo habilitados pata tratar esta condição. Neste ponto, há que se vencer o preconceito, pois o cérebro também adoece, como qualquer órgão, e demanda ajuda especializada. Assim, em grande parte dos casos, não há como progredir na cura da depressão sem o apoio destes profissionais.

Tomados os devidos cuidados médicos, o Espiritismo, como religião cristã, se propõe a apoiar espiritualmente aqueles que sofrem com a depressão, a angústia, o desânimo e a solidão, oferecendo a profilaxia cristã para sanar os males da alma. Ao lado da medicina terrena, o Espiritismo oferece consolo aos que sofrem com a depressão, propondo diversas atividades que auxiliam na recuperação do ânimo, da alegria e da vontade de viver.

Seguindo os ensinamentos do Cristo, o Espiritismo oferece alguns recursos que todos nós podemos nos valer diante de qualquer condição enfermiça. Dentre os recursos possíveis, os principais são os seguintes :

• a prece, como bálsamo da alma, que nos religa ao Criador e nos restaura a harmonia e a paz interior;

• as leituras evangélicas, que nos recobram o ânimo e nos dão coragem para prosseguir adiante, enfrentando os desafios da vida;

• a caridade, como remédio da alma e caminho de redenção;

• as palestras de conteúdo evangélico e doutrinário, oferecendo-nos respostas sobre os problemas do ser, do destino e da dor;

• o evangelho no lar, como culto cristão em família, de modo a transformar os lares da Terra em verdadeiros pontos de luz, a iluminar os corações a partir da célula-mãe da sociedade;

• a fluidoterapia, com o passe e a água fluidificada, como recursos de transmissão de energias positivas, utilizando os nossos potenciais da alma;

• os cursos sobre o Espiritismo e, em especial, as Escolas de Aprendizes do Evangelho, que nos oferecem a oportunidade de iniciar um processo de autoconhecimento e de reforma interior à luz dos ensinamentos do Cristo, interpretados pelo Espiritismo.

Ainda assim, diante de todos estes recursos, é necessário deixar claro que para o Espiritismo qualquer doença que nos acomete impõe uma reflexão sobre suas razões profundas. Muito mais do que curar o corpo ou a mente, é imperioso que se atente para a cura do Espírito, que é onde reside a causa de qualquer enfermidade. A doença no corpo físico é reflexo da doença que reside na alma.

Neste sentido, para concluir, cabe-nos citar trecho de “O Evangelho segundo o Espiritismo, no qual é descrita, há mais de 150 anos atrás, as causas da tristeza e da melancolia, segundo a visão espírita:

“Sabeis por que uma tristeza indefinida às vezes se apossa de vossos corações e vos faz achar a vida tão amarga? É o vosso Espírito que aspira à felicidade e à liberdade e que, ligado ao corpo que lhe serve de prisão, consome-se em grandes esforços para libertar-se dele. Porém vendo que são inúteis, cai em desânimo, e, como o corpo sofre essa influência, a falta de energia, o abatimento e uma espécie de apatia se apoderam de vós, fazendo com que vos acheis infelizes”.

Diante disso, a proposta Espírita identifica o indivíduo como responsável pela doença e pela cura. Daí a conclusão de que cada caso é um caso, devendo ser respeitada a individualidade. Não há “receita de bolo” para a cura. O processo de autocura é complexo e demanda esforço do indivíduo, para que siga com perseverança os ensinamentos do Cristo e do Espiritismo sobre o autoconhecimento, determinando em si os aspectos relevantes a serem trabalhados, para que se retome a harmonia interior. Esta é a razão da fala do Cristo no Evangelho de João, 8:32: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” E não há verdade maior do que aquela que reside dentro de si. Aqui está a cura.

1 Portal R7 - “ATÉ 2020, A DEPRESSÃO SERÁ A DOENÇA MAIS INCAPACITANTE DO MUNDO, DIZ OMS”. Disponível em:
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