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Colunas

O que fazemos com tudo que sabemos ?

Isolda Risso

Desde criança sou questionadora, não aceitando com facilidade o que me impunham, consequentemente, os ruídos entre eu e os meus, eram constantes.

Fosse quem fosse, se o que me colocassem nãofizesse sentido,eu iniciava um interminável de porquês.

Toda criança passa pela fase das interrogações ,a minha nunca terminou.
O “porque sim” nunca foi bem recebido por mim.

Cresci, amadureci (se bem que as vezes me sinto uma criança) e já tendo dado a largada para o envelhecimento, eu continuo resistente ao “porque sim “.

Aceitar...
Eitapalavrinha difícil de lidar.

Já me conformei em não entender algumas coisas, por exemplo: como foi o início de tudo?

Outro exemplo: quem é Deus ? Ou , o que é Deus ?
Não o entendo e as vezes fico muito brava com ele.

Eu sei que ele esta no comando de tudo e me curvo sob sua vontade, mas Ele bem que poderia deixar mais claro algumas das suas vontades e intenções.
Para mim e penso que para a maioria dos mortais, entender o porque disso ou daquilo seria menos doloroso.

A vida não da mole para ninguém e com as experiências boas e ruins fui me moldando, trocando a pele, flexibilizando, mas em relação a encontrar explicações convincentes para o incompreensíveleu não mudei, deve ser defeito de fábrica.

Um amigo de longa data,diz que sou um espirito rebelde, sempre repeli sua fala, porém, hoje depois de tantas coisas vividas e me conhecendo muito melhor do que há 20 anos atrás, independente de quantas vezes fui obrigada a me reinventar, me sinto obrigada a admitir que ele estava certo.

Trago sim uma rebeldia na alma, uma inconformaçãodiante de algumas realidades.

A análise foi fundamental para não me tornar uma rebelde sem causa.

Hoje consigo processar melhor como se dá o processo do crescimento humano e o seu amadurecimento.

Aceito melhor que cada criatura tem o seu momento de florescer e já não sofro querendo resultados imediatos.

Todavia, minha alma insiste em não aceitar determinados fatos.

Sabemos todos, que a partir do momento quetratarmos o outro com o mesmo respeito que exigimos ser tratados, os relacionamentos serão mais estáveis,haverá mais companheirismoe nem sempre agimos de tal modo, porque?

Sabemos todos, que veremos alguma mudança positiva neste mundo violento a partir do momento que cada um de nós reconhecermos no outro os mesmos direitos que possuímos, e o que fazemos para que isto se torne uma pratica constante?

Pouco nos esforçamos para mudar a agressividade latente em nós, mas exigimos que o outro seja pacifico.

A impressão que tenho é de que nossos olhos são vendados e acreditamos que o direito a prosperidade é somente nosso e dos chegados a nós.

Relutamos em aceitar o “nós “ e insistimos no “eu “.
Eu faço, eu posso, eu,eu,eu...

Sabemos que ao nos manter atrelados a sentimentos miúdos, estes mesmos sentimentos se transformarão em doença, e o que temos feito para nos libertar dessa amarra?

Sabemos que ao deixar o pensamento correr livre e solto, sem que haja da nossa parte uma vigília constante para separar o joio do trigo dentro das nossas mentes a probabilidade do diabo se instalar por ali é enorme, e qual tem sido as providencias tomadas para se evitar morador tão indesejável ?

Sabemos todos de tantas coisas.
Coisas certas, erradas, incertas, duvidosas, maldosas, generosas enganosas e estamos fazendo o que com tudo isso?

Eu particularmente acho muito estranho, continuarmos reclamando de um mundo cão e não fazer nada para modificar o cão que cada um carrega dentro de si.

Um abraço!

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*Isolda Risso é Personal & Professional Coaching Executive, Xtreme Life Coaching, Neurociência no Processo de Coaching, Programação Neurolinguística (PNL) pedagoga por formação, cronista, retratista do cotidiano, empresária, Idealizadora do Café Com Afeto, mãe, aprendiz da vida, viajante no tempo, um Ser em permanente evolução. Uma de suas fontes prediletas é a Arte. Desde muito cedo Isolda busca nos livros e na Filosofia um meio de entender a si, como forma de poder sentir-se mais à vontade na própria pele. Ela acredita que o Ser humano traz amarras milenares nas células e só por meio do conhecimento, iniciando pelo autoconhecimento.

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