Colunas
Aquarius, princípios e conhecimento
Autor: Raul Fortes
25 Jan 2018 - 16:20
Há poucos dias estive revisitando minha coleção de filmes que marcaram época. Dentre eles eu encontrei "Hair". Para quem nunca o assistiu, esta obra prima é uma adaptação de um musical da Broadway. Sem querer estragar a surpresa de quem o irá assistir, atenho-me apenas na inspiração que me causou para redigir este texto.
Dirigido por Milos Forman o filme nos conta a história de um jovem convocado para a guerra do Vietnã. Ao se apresentar no batalhão, o mesmo se vê às voltas com um grupo dos chamados hippies que, por sua filosofia, eram contra a guerra. O filme nos apresenta a música “Aquarius”, cuja letra faz alusão à nova Era de Aquário, um período em que a humanidade deveria, talvez por forças cósmicas, passar por grandes e profundas modificações comportamentais. E aqui começa meu devaneio.
Segundo os preceitos da Era de Aquário relatados na letra dessa canção, “Quando a Lua está na Sétima Casa e Júpiter alinhado com Marte, então a Paz guiará os planetas e o Amor comandará as estrelas. Este é o amanhecer da Era de Aquário”. Pois bem. Talvez estejamos apenas numa ainda distante aproximação deste ideal... Porém, entre uma taça de vinho e alguns pensamentos meus, lembrei-me que há poucos dias observamos o mundo inteiro (com raras exceções...) soltar fogos e fazer movimentos de extremosa alegria pela virada do ano. Um momento em que as pessoas se voltam para renovar as energias e para acreditarem num mundo melhor, num ano NOVO cheio de realizações. Lindo se não fosse apenas um gesto muitas vezes desacompanhado de verdadeira coragem de imitar não a festa, mas o conhecimento dos princípios que a regem.
Princípios e Conhecimento...
Daí me pergunto: Se almejamos tanto a chegada de uma nova Era, cheia de paz, harmonia e solidariedade como a canção diz, então por quê razão não tornamos não só a festividade de passagem de ano, mas os princípios de que somos uma só raça, vivendo numa só casa, bebendo da mesma água e respirando o mesmo ar... Com certeza, faria mais sentido ver que as diferenças fazem o colorido humano. As diferentes características de cada etnia são, em verdade, como as letras, necessárias para se formar o texto escrito por nossa civilização. Assim como não se faz uma palavra com apenas uma só letra, não se faz um mundo maravilhoso e cheio de diversidades sem as nuanças de cada povo em sua específica região no planeta. Espero que na virada do próximo ano, a humanidade comemore igualmente em toda parte, a aceitação do outro, da eliminação da discriminação em seu aspecto mais amplo. Daí sim, os anjos ou avatares, como queiram, irão aplaudir do firmamento com certeza, além do colorido dos fogos e da algazarra humana no dia 31 de dezembro, a tão sonhada paz na terra. Quem sabe...
*Raul Fortes é músico educador e apresentador.
Comentários no Facebook