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Domingo, 05 de maio de 2024

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Protesto pelos direitos dos gamers brasileiros

Se a feira de videogames E3, que se encerrou no dia 13 em Los Angeles, fosse realizada no Brasil, nós, os gamers, estaríamos lá na porta protestando: - Nós queremos jogar! Nós queremos jogar! Mas a massa jogadora desse país precisa se rebelar também, por quê, não? Se a vida do cidadão brasileiro já não é fácil nem barata, imagine daquele nobre indivíduo que vai desembolsar a maior grana para poder jogar seus futuros jogos favoritos, correndo o risco de se afundar em dívidas.



Então temos que exigir nossos direitos de consumidor viciado! Na semana passada, a E3 2013 fez brilhar os olhos de gente do mundo inteiro apresentando os futuros sonhos de consumo dos jogadores, mas no final, essa brincadeira pode ser o game over da sua conta bancária. 



Foi na E3, a maior feira do mundo no segmento de games, semana passada, que finalmente anunciaram os tão esperados preços dos consoles Xbox One e PS4: U$ 499,00 e U$ 399,00 respectivamente. Não vou entrar no mérito de comparar os consoles, nem de analisar o que foi apresentado na feira, quero agora é sair na rua e protestar pelos meus direitos de jogador, afinal, eu vou quebrar.





Vimos que os dois consoles tem atrativos diferentes, foram concebidos pra atrair tipos diversificados de gamers. No entanto, se antes você podia se virar muito bem tendo ou um PS3 ou um Xbox360, já que grande parte do conteúdo era semelhante, dessa vez, por causa da maior diferenciação de conteúdo e serviços, muita gente vai optar por ter os dois. É claro que eu quero comprar os dois (me desculpe Wii U, mas não vai ser dessa vez)! E agora, Dilma?

Em todos os sites especializados em games do mundo houve o maior bafafá sobre essa diferença de 100 dólares de um console para o outro. Jogadores do mundo inteiro xingando muito a Microsoft no twitter e facebook por essa diferença de R$ 200,00. O que não significa que pra nós brasileiros o mal seja só esse. No dia 10 desse mês a Microsoft anunciou que o Xbox One vai ser lançado a R$ 2.200,00 em novembro(a Sony ainda não informou o valor do PS4 no Brasil). E você aí se preocupando com os R$ 200,00. Façamos as contas. Pra onde vai esses R$ 1.200,00 de diferença? Acho que nem precisa dizer. Se você se revoltou com o aumento de R$ 0,20 nas passagens de ônibus em São Paulo, essa diferença é equivalente a 6 mil vezes esse valor. Um vilão capaz de fazer isso com um pobre jogador é digno de final de fase. E essa fase é em Brasília, obviamente.

Próxima fase. Ainda não pegue seus cartazes e apitos, espere. Para jogar tem que ter jogo, é óbvio. Então prepare o vinagre que vem mais bomba aí. Imagino que você, futuro comprador desses consoles, não vai gastar essa grana toda pra jogar apenas um ou dois jogos. Se a promessa for cumprida (pelo menos não foram feitas por políticos brasileiros), os games deverão ter os mesmo preços da geração atual, ou seja, U$ 60,00 lá e R$ 190,00 por aqui. É sempre mais caro aqui. E tem mais. Pra jogar online, o usuário terá que ser assinante da Xbox Live ou PS Plus. Some a isso, entre R$ 90 e R$ 100 por ano de serviço. Se não formos pra rua, o Natal desse ano vai ser sem pernil, uma farofinha de leve e olhe lá.

E pra finalizar o drama, o gamer tem que aprender a resistir à outras tentações: é possível que gastemos com novos acessórios. Controles extras, baterias e pilhas, volantes, tudo de novo, além do que de mais novo surgir. Existem também os atraentes serviços extras. Os programas pagos de streamings de filmes e músicas, com mensalidades de R$ 20,00. Além disso, deverão oferecer canais de TV digital, mas ainda não se sabe nada sobre o preço nem funcionamento disto. Tudo isso são apenas itens opcionais, mas fazem parte da experiência do universo gamer moderno.

Para melhorar, a Microsoft anunciou que para jogar jogos usados (isso inclui alugados, emprestados, etc) no Xbox One, o usuário terá que pagar uma taxa por cada jogo, caso o vendedor não faça parte da sua lista de contatos no Xbox One. Que facada.Junte tudo o que se gastou até aí e some a isso também a mensalidade de uma conexão rápida de internet, uma boa TV e uma poltrona que não estrague as suas costas, caso você não tenha. O brasileiro sabe que sempre pode ser pior. E pode mesmo, um amigo meu teve que que reformar a sala da casa pra usar o Kinect que comprou pros filhos. Protesto de filho pra pai também vale.

Fez as contas? Vai trocar suas férias de fim de ano na casa da sua sogra, assim calado? Ou vai abaixar a cabeça e seguir sorrindo amarelo com o seu console atual até os preços baixarem? Se você não quer esperar, diga um basta para essa extorsão. Vamos pra rua, gamers! Ou vamos apenas gritar por nossos direitos de consumidor nos sites especializados, como se faz lá fora? Aqui não, rapaz! Aqui é V de Viciados!

(Fotos do site Omelete)

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