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Antimoda: em busca de ideais e individualização

Autor: Bianca Poppi - Especial para o Olhar Conceito

21 Jun 2013 - 10:56



A moda tem um alto potencial comunicativo: as roupas em si, carregam desde sua modelagem, cor, tecido, adereços e aviamentos, informações que caracterizam distinções sociais e acontecimentos de determinadas épocas. Nessas mudanças constantes, a moda cria uma espécie de identidade para cada época, e de um modo geral, acaba por padronizar o modo de vestir da sociedade. Mas por outro lado, as roupas podem ser um meio de diferenciação e individualização. As roupas são capazes de comunicar ao mundo o que somos (ou o que queremos parecer ser), o nosso lifestyle, nossas preferências, ideais, enfim, a nossa personalidade.



A busca constante pelo novo faz com o que o mercado da moda gere tendências e as torne obsoletas num processo muito acelerado. Em contraponto às tendências de moda que infestam o vestuário desde a indústria de pigmentação e têxtil, às passarelas, até chegar às ruas, temos o movimento antimoda.

Segundo Joana de Resende, designer e professora do curso de Design de Moda, o movimento antimoda vem em sentido oposto e complementar ás tendências de moda, gerando assim a contratendência. “Tornando absoluta a distância em relação a tudo o que é conforme a regra estética e moral, o lamento central da antimoda consiste na referência a ideais, valores e concepções da existência radicalmente opostos aos padrões vigentes”, complementa a estilista Joana. É um fenômeno que assume formas e temas de diversas fontes culturais, como a indignação contra o utilitarismo, naturalismo salutar, protestos feministas, ceticismo conservador, e a afronta da contracultura.



Dentro do conceito de antimoda, podemos incluir também os uniformes e trajes folclóricos, porém esse tipo de indumentária é representativa dela mesma e tem sua existência e significado impostos pela cultura que a emprega, muitas vezes desprezando os padrões vigentes.

A idéia da individualização é hoje um comportamento natural e que implica na construção de um indivíduo atípico, que não seja parte da massa da moda. No entanto, a quantidade de adeptos é crescente fazendo com que há uma inversão de valores, tornando então a própria antimoda um manifesto massivo.



Durante o recorrer de décadas, é possível identificar notáveis movimentos antimoda que marcaram momento na sociedade, como os beatniks, hippies, punks, grunges etc. Hoje sabemos que esses movimentos vieram a influenciar estilistas em suas coleções e criações que depois de ir às passarelas, fazem com essas características que outrora pertencia a um pequeno grupo da sociedade e era ditada fora dos padrões, agora faz parte do mercado mainstrean e é consumida como um produto da moda. Podemos citar como exemplo, as releituras da moda para movimentos como o punk, que voltou a tona como “punk de boutique” e o grunge que foi referência da tendência de moda “neo grunge”.


 

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