Ao estrear no Brasil a turnê “Follow the yellow brick road”, no Rio, Elton John mostrou na noite desta quarta-feira (19) por que consegue arrastar uma legião de fãs há mais de quatro décadas. Aos 66 anos, o músico britânico conserva potência de voz e carisma para manter o público atento e eufórico por quase três horas.

A pontualidade britânica cedeu para o trânsito carioca. O show começou com 18 minutos de atraso em atenção ao público que tentava chegar ao HSBC Arena, na Barra da Tijuca. Às 22h, horário previsto para início do espetáculo, o entorno da casa de shows estava completamente congestionado. Uma hora depois de Elton John entrar no palco, ainda se podia ver fãs entrando no espaço.

Sem qualquer item cenográfico e contando com iluminação básica no palco, o astro pop abriu a apresentação com a instrumental “Funeral for a friend”, seguida de “Love lies bleeding”. Até a décima canção, o show caminhava morno, sem muita exaltação por parte do público que acompanhava sentado a execução de clássicas baladas como “Candle in the Wind”, “Bennie and the jets”, “Tiny Dancer” e “Holiday inn”.

O artista interagiu bastante com o público. Disse, repetidas vezes, que se sente feliz por estar no Brasil. Apenas uma vez arriscou falar português, dizendo “obrigado” ao ser ovacionado.

Algumas canções ele apresentava antecipadamente, como “Daniel”, que disse ser sobre alguém que o inspirou muito.
Os fãs vibraram mesmo na 11ª música, “Goodbye yellow brick road”, que dá nome à turnê. Depois, contou em coro “Rocket man”, título da série de shows que Elton John fez no Brasil em 2009.

Depois dela, o músico convidou ao palco um rapaz que segurava um cartaz. Quem estava ao fundo não conseguiu ler a mensagem do fã, que posou para foto ao lado do ídolo, ambos de costas para a plateia.

O show se tornou dançante a partir da 16ª canção, “Skyline pigeon”. Nas arquibancadas, a grande maioria ficou de pé. Na pista, o público ocupou os corredores entre as cadeiras. A agitação seguiu até a 25ª música, “Saturday night's alright for fighting”. O astro agradeceu a vibração do público e passou a autografar vinis, livros, camisetas e outros objetos que os fãs erguiam na frente do palco.

Para encerrar, o tradicional bis contou com dois dos primeiros sucessos da carreira do cantor, “Your song” e “Crocodile rock”.

Terminado o espetáculo, os fãs que conseguiram autógrafo do astro pop exibiam o prêmio, como o analista de sistemas Mário Marinato, de 33 anos, que além de ganhar autógrafo na capa do LP da trilha sonora de “O rei leão”, levou para casa uma batuta e uma palheta arremessadas pela banda.

“Eu conheci Elton John em 96 ouvindo 'O rei leão”, e de lá pra cá fui me aprofundando na discografia dele. O cara está velho, mas não perde o pique”, disse, ainda eufórico pela apresentação.

Outro fã que fez questão de exibir o LP autografado foi o estudante Max Kühn, de 18 anos, que disse ter sido apresentado às musicas de John por intermédio dos pais. “Por causa dele [Elton John] eu resolvi tocar piano, e hoje faço parte da escola de música da UFRJ”, contou, citando a Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Do Rio, Elton John seguirá para Goiânia, onde se apresenta na sexta-feira (21), depois para Salvador, onde faz show no sábado (22), e por fim encerra a turnê em Fortaleza, na quarta-feira (26).