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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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A arte como abstração: o olhar de Rai Reis em uma Cuiabá que mescla a tradição com a modernidade; Veja

Foto: Marianna Marimon

Cuiabá: Tradição e Modernidade de Rai Reis

Cuiabá: Tradição e Modernidade de Rai Reis

“Nós não podemos esperar a criatividade, temos que ir atrás dela”, assim sintetizou um pouco do que é aliar arte ao trabalho fotográfico, ao expressar parte dos cinco anos de projeto que resultou no lançamento de seu primeiro livro: “Cuiabá: Tradição e Modernidade” do fotógrafo Rai Reis. Os olhos revelam sutilezas de uma cidade que se transforma e mescla a antiguidade com o novo. Este registro se torna histórico, parte de algo que já foi e nunca mais irá retornar.

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Rai considera que o livro já nasceu velho, e que pretende revisitar os mesmo lugares das fotos, porque Cuiabá passa por transformações simultâneas, e uma nova cidade se revela. São mais de 50 obras que preparam a cidade para a Copa do Mundo de 2014. E o projeto é anterior a tantas intervenções.

Apesar de fotografar desde os 18 anos, a ligação de Rai Reis com a fotografia é intrínseca. Seu pai sempre rodeou a casa com polaróides, câmeras e outros equipamentos. A relação com a imagem vem de família. O fotógrafo até tentou se aventurar pelo fotojornalismo, mas considera o modelo ‘quadrado’, e apesar de atuar comercialmente, Rai conta que busca a arte como abstração.

“A fotografia é uma caçada. Sou profissional, mas também fotografo para relaxar. É uma abstração. Você esquece do mundo e cria seu universo pessoal com a imagem, e isto exige concentração total que te desconecta. Um buraco da fechadura que reenquadra o mundo. É um vício”, assim definiu a sua arte.

Mas, apesar de trabalhar há muitos anos com a fotografia, Rai Reis descobriu diversos mundos que a foto pode fornecer. Apesar de trabalhar e fotografar a cidade, o fotógrafo revela que a sua preferência é estar na natureza, e registrar seus múltiplos olhares em todos os momentos.

“Cuiabá: Tradição e Modernidade” surgiu a partir de uma conversa com o editor Ramon Carlini, da editora TantaTinta: Carlini & Caniato. “Eu propus a ideia para o Ramon, porque já tinha o material com um leque de opções: arquitetura, modernidade, cultura, folclore, é uma miscelânea do que é feita a cidade, que é multifacetada”, revelou.

Rai Reis explica que a fotografia é um documento, fonte de pesquisa, mas que ‘faz por necessidade de fazer, porque gosta, vive disso e exercita o olhar sempre, e cada foto é diferente’. O primeiro livro já saiu, agora o fotógrafo aguarda um novo projeto que deve se concretizar no início de 2014. “Tenho outro livro engatilhado é sobre siriri e cururu”, disse.

“Cuiabá é uma cidade que muda muito, rapidamente, e quero refazer as mesmas fotos, este já é um livro velho, daqui a seis meses será antigo, porque ocorrem muitas transformações, a cidade é outra. Quero revisitar as fotos e trazer outro olhar”, contou.

Além do projeto para 2014, Rai Reis já estuda lançar o primeiro livro em um formato menor para explorar outras formas e mídias. “Não acredito que o livro caiu em desuso, o livro se comunica por anos, mas você precisa se reinventar sempre. Para mim, a fotografia hoje é para os livros e fine-art, é preciso criar novos espaços e ideias para as fotos”, concluiu.
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