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Domingo, 28 de abril de 2024

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em busca da expressão

Explosão de cores em uma pintura que deve ser desvendada expressam a arte de Osíris Paulo

Foto: Marianna Marimon

Osíris Paulo

Osíris Paulo

Uma explosão de cores e infinitas histórias entrelaçadas em uma pintura com uma pegada modernista, que revela suas nuances e detalhes aos olhares mais atentos. Uma arte que precisa ser desvendada. Desde os 10 anos de idade, Osíris Paulo, natural de Poconé, tenta encontrar uma expressão artística condizente com seu próprio ser. Osíris explica que sempre busca o novo, e migra para diversos estilos, mas sem deixar as cores de lado, e muito menos as marcas de uma pintura mais moderna e arrojada.

Osíris acredita que é batalhando que irá conseguir mostrar a sua arte ao mundo, e mesmo que Cuiabá ainda não reconheça ou valorize devidamente grande parte dos seus talentos, o pintor já possui nove peças em exposição no Museu Samaritano São Sebastião em Roma. “Falta investimento para os artistas regionais, pois, as secretarias de cultura sempre privilegiam uma minoria e não apoiam o que é novo na arte mato-grossense”, opina Osíris.

Mas, aos poucos, Osíris consegue trilhar o seu caminho na arte, dedicado e detalhista, pinta murais de cinco metros de altura, como um que está exposto no Palácio Paiaguás, e com as cores conta histórias que o façam lembrar-se da sua própria: cultura de raiz, fauna e flora, e as tradições do Estado.

Mesmo desenhando desde cedo, Osíris conta que a profissionalização só aconteceu em 2004, após um curso de História da Arte, e em sequencia realizou em 2007, uma exposição Brasileirismo no SESC Arsenal. Entre os projetos recentes, Osíris pintou sete igrejas em Cuiabá e Várzea Grande, em 2010, entre elas, a Paróquia São Sebastião.

Para pintar a Paróquia São Sebastião em Várzea Grande, Osíris precisou expressar além da sua própria arte, já que possuía a liberdade para criar, mas a história do Brasil e de Mato Grosso. “O desafio era traduzir o espírito do povo brasileiro. Recebi críticas e elogios, porque é uma arte confusa que vai sendo desvendada com a observação. E com tantas cores, alguns acham que é carnavalesca para estar em uma Igreja, mas também tive muitos elogios”, disse.

Osíris acredita que o conceito artístico em Mato Grosso esteja mudando e com isto, vê que a sua arte terá melhor aceitação com estas mudanças.

O mural na Paróquia São Sebastião traz diversas perspectivas diferentes, e conta a história remetendo as figuras dos bandeirantes e índios, da cultura de raiz com a dança do boi à serra, o cururu e o siriri, as festas religiosas, os mascarados de Poconé, o garimpo, a arara azul.

Já no painel que conta a história do Brasil, a padroeira Nossa Senhora engloba a bandeira do país e a imagem do Congresso Nacional se fundem em cores, tem também os portugueses descobrindo a nova terra, a escravidão, o café, Dom Pedro I proclamando a independência, entre muitos outros desenhos que se misturam e se confundem em uma narrativa totalmente interligada, não só artisticamente como historicamente.

“A missão era descobrir todas as formas e imagens que retratassem a alma do Brasil”, destacou.
Sobre aquilo que busca em sua arte, Osíris ressalta que se inspira em Pablo Picasso. “Ele dizia que o belo já existe, já foi feito, e que você tem que tirar o belo de dentro de você e retratar a sua visão é essencial para alcançar a sua arte”, revelou.

Em meio as cores e aos detalhes, Osíris revela sua própria essência em suas pinturas que parecem buscar além da arte, o autoconhecimento da própria vida.
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