Olhar Conceito

Domingo, 28 de abril de 2024

Notícias | Artes visuais

fotos ao redor do globo

Há 50 anos, Marc Riboud registra momentos históricos com olhar de poeta: da guerra à esperança

Foto: Marc Riboud

Washington, 1967. Manifestante pede paz no Vietnã

Washington, 1967. Manifestante pede paz no Vietnã

Há 50 anos, o fotógrafo francês Marc Riboud viaja pelo mundo como repórter, viajante, um andarilho que gosta de domar o seu tempo. Uma violência rebelde traduzida por fotos que revelam o prazer dos olhos. De personalidades a cenas de guerra, Riboud traz ao mundo um olhar poético e real, que inspira. Desde os Beatles à Guerra do Vietnã, Riboud marcou sua história registrando a vida como é. “Mais que uma profissão, a fotografia sempre teve a forma de uma paixão, uma paixão mais perto da obsessão”, assim define a si próprio.

Leia mais: Com quase 100 anos, pôster do Tio Sam ainda é o mais famoso do mundo e possui inúmeras adaptações

Marc Riboud possui galeria de fotos de vários lugares do mundo, como a África, Afeganistão, Árabia Saudita, China, Cuba, Estados Unidos, Inglaterra, França, Irã, Israel, Japão, Marrocos, México, Nepal, Rússia, Tailândia, Tibete, Vietnã e Iugoslávia, entre muitos outros. Além de países, Riboud já fotografou personalidades como John Lennon e Paul McCartney dos Beatles, Salvador Dali, Gérard Depardieu, Jane Fonda, Cartier, Pablo Picasso, Yves Saint-Laurent, Fidel Castro, Dalai Lama, e mais recentemente, Barack Obama.

Através de seu olhar, Marc Riboud eternizou momentos simbólicos da vida humana ao redor do globo. Como a fotografia tirada em Washington (EUA), no dia 21 de outubro de 1967, em que a jovem Jane Rose Kasmir, pede paz entre o país e o Vietnã, que estavam em guerra. Jane traz uma flor e tenta a colocar na arma de um soldado.

Em sua biografia, Riboud explica que sempre foi sensível à beleza do mundo ao invés da violência, e suas fotografias expressam a poesia até na guerra. Riboud é um apaixonado que luta para mudar o mundo. “A vida seria muito triste se não pudéssemos sonhar em mudar tudo isto”, acrescenta.

Para o fotógrafo, a sua maneira de ver o mundo é uma entre tantas outras diferentes. “Assistir e fotografar uma cena de rua ou uma paisagem de névoa é um pouco como ouvir música. Isso me ajuda a viver. Depois de 50 anos, mudei minha maneira de pensar? Acho que não. Raramente muda. Eu fotografo diferentes coisas da mesma forma e quando as pessoas me perguntam qual é a minha melhor foto, eu digo: Espero fazer amanhã, e tentar mudar minha maneira de ver. Em vão. Jovens fotógrafos inovadores têm a minha admiração”, disse.

E Riboud vai além, afirma que em sua opinião, a fotografia não é um processo intelectual, e sim visual. “O olho é feito para ver e não para pensar. Eu gosto da definição que dá o fotógrafo Walker Evans: a alegria sensual porque o olho manipula os sentidos e não ideias. O que eu procuro é a vida, a realidade. Criação pura? Eu não acredito nisso”.

A sua fotografia é uma obsessão tão intensa quanto possível em uma vida mais intensa ainda. “É um vírus tão forte para mim, como o reflexo da independência. E se o gosto da vida diminui, com as fotografias isso desaparece, porque fotografar é desfrutar a vida a 1/125 de um segundo”, concluiu em sua autobiografia.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui

Comentários no Facebook

Sitevip Internet