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Domingo, 28 de abril de 2024

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Arte urbana

À margem do eixo Rio-São Paulo, grafiteiro cuiabano luta para emergir na cena

À margem do eixo Rio-São Paulo, grafiteiro cuiabano luta para emergir na cena
Artistas que conseguem emergir no “apartheid” cultural brasileiro, em que o foco é o eixo Rio-São Paulo, o Centro Oeste também luta para projetar seus nomes para o país, em uma tentativa de diminuir as distâncias físicas e culturais. E assim, é que o grafiteiro BabuSeteoito de Cuiabá, trabalha para angariar fundos à fim de participar do Meeting of Favela (MOF), maior encontro de grafite do país, com mais de 500 artistas do mundo inteiro, que virão ao Brasil para pintar uma comunidade em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro.

O MOF irá ocorrer no dia 1º de dezembro às 10h, na Vila Operária de Duque de Caxias. Agora, a luta de Babu é para achar um patrocinador para que possa ir ao encontro demonstrar toda a força do grafite cuiabano. As obras de Babu podem ser avistadas em todos os pontos da cidade. Sua marca é inconfundível. É street art.

Em seus projetos, Babu também planeja realizar uma oficina em novembro, que será paga e irá ocorrer no Bazar PAC na Praça da Mandioca, com datas ainda a ser definidas, mas cujo foco será o stencil, voltado para interferência em roupas.

O artista é reconhecido em Mato Grosso, e foi um dos escolhidos para ilustrar um projeto do governo do Estado, em que ônibus da Capital, foram pintados por artistas locais. Babu fez a sua parte, e mais uma vez, venceu o preconceito com que o streetart é visto, podendo alcançar novos públicos, que circulam diariamente nas ruas quentes da cidade.



Sobre a expressão que tenta alcançar com sua arte, Babu revela que tenta traduzir seus sentimentos. "Minha arte é uma válvula dos meus pensamentos. Ela é algo racional e político. Não consigo ser perverso com meus sentimentos, já com minha arte sim”, disse.

Babu considera a política como um mecanismo importante de mudanças sociais, e seu grafite está repleto de críticas profundas, que podem ser interpretadas a partir da leitura de quem a observa. Mas, com certeza, são imagens fortes, que nos fazem repensar nosso papel no mundo.

“É difícil falar o que é arte, faço coisas que atingem as pessoas. Elas passam na cidade e observam as pinturas e de alguma maneira isso irá afetá-las. Não é como a propaganda que gera um desejo de ter, é diferente, elas vêm e criam pontos de discussões internas, e isso muda as pessoas”, opinou sobre seu trabalho.



Sobre o preconceito com a streetart, Babu reconhece que existe mesmo, mas não acredita que “ser arte seja algo de tamanha importância. “Não vejo o grafite perseguindo este status, vejo pessoas se manifestando de formas diferentes nas cidades, com protestos, poesias, cores, e isso é street art. Seremos marginais para sempre”, sentenciou.
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