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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Educadora parental descobriu propósito de vida em ajudar pais e filhos a terem relação respeitosa

Foto: Reprodução

Educadora parental descobriu propósito de vida em ajudar pais e filhos a terem relação respeitosa
Misnara Brisot, 32 anos, escritora, mentora parental e educadora emocional, descobriu seu novo propósito de vida após a maternidade. Hoje, mãe do Arthur, 4 anos, e da Amelie, de 3 anos, ela auxilia pais e filhos a terem uma relação harmoniosa e respeitosa, onde a criança é tratada com a mesma importância e consideração que qualquer pessoa gostaria de ser tratada.

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“É o educar com base no respeito mútuo, na empatia, na firmeza, no ensinar de forma não-violenta. É o equilíbrio entre o autoritarismo e a permissividade. É educar com firmeza e gentileza”, explica Misnara.

“Eu conheci a Educação respeitosa quando o Arthur tinha 10 meses e durante uma birra jogou um brinquedo no chão. Automaticamente aquilo acessou minha criança interior e lembrei da minha infância, dos castigos, das punições, da violência invisível, um ciclo que a educação tradicional defende que “pra criança aprender ela precisa sofrer”, complementa a escritora.

De acordo com Misnara, os pais antigos ofertaram o melhor que podiam, com os conhecimentos que tinham, no entanto, hoje, não é preciso repetir os mesmos passos. “O mundo mudou, temos muito mais informações, embasamento e possibilidades para um educar mais consciente”.

“Eu queria muito educar diferente, mas não sabia como. Quando percebia eu estava repetindo aquele ciclo. E pesquisando, descobri que existe um caminho diferente. Um equilíbrio entre o autoritarismo e a permissividade: a Educação Respeitosa. E ao contrário que muitos pensam que a educação respeitosa é fazer o que a criança quer, educar de forma respeitosa é agir com firmeza e gentileza”, disse a mentora parental.

A importância do conhecimento

Durante sua caminhada, Misnara descobriu que precisava ajudar outras famílias a encontrar esse caminho. Porque para educar o outro é preciso antes educar a si mesmo. “É preciso ter conhecimento, autopercepção, entender sobre neurociência e acima de tudo é aprender lidar com a nossa criança interior e acolher todos os traumas que a educação violenta, inconscientemente, deixou na maioria de nós.”

Formada pela Escola de Educação Empática, a primeira formação parental reconhecida pelo MEC do Brasil, Misnara também tem como referências especialistas como Gabor Maté, Daniel Siegel e Jane Nelsen.

“Quando entendemos mais sobre desenvolvimento infantil e neurociência fica mais fácil lidar com os desafios diários da maternidade. A birra por exemplo, é visto como um comportamento manipulador, provocativo, mas na verdade é explosão emocional tão intensa que a criança não tem capacidade neurológica de reagir de outra maneira. Na hora da birra, a amígdala cerebral rapta a parte racional do cérebro e como um mecanismo de defesa a criança reage instintivamente fugindo ou lutando. Isso é um processo neurológico e faz parte do desenvolvimento infantil. Quando entendemos melhor sobre isso, fica mais fácil lembrarmos que somos nós que temos capacidade neurológica para ajudá-los. Que nós temos o cérebro maduro e condições emocionais para acolher nossos filhos nesses momentos tão desafiantes”, explica.
 
Impactos da Educação Tradicional

Misnara conta também sobre como as atitudes dos pais impactam no adulto que os filhos irão se tornar. “Queremos filhos confiantes, capazes, autônomos e educados, mas os nossos métodos são baseados em castigos, punições e palmadas. Existem diversos estudos que comprovam os impactos que a violência tanto física e invisível causam a longo prazo. Ao utilizarmos esses métodos, educamos pelo medo. E quando somos educados pelo medo, a confiança diminui e o distanciamento e hostilidade só aumenta. Além dos milhares prejuízos que vários estudos comprovam: baixa autoestima, ansiedade, depressão, tendência a agressividade, dificuldade em lidar com as emoções, tendência para entrar em relacionamentos abusivos, etc”.

Desenvolvendo habilidades

É na infância que as principais habilidades são desenvolvidas nos filhos. Quando a criança tem permissão para ajudar nas tarefas e faz outras coisas sozinho, começa a desenvolver a autonomia.

Quando uma criança cai e os pais acolhem e validam o que ela sentiu, a confiança dela começa a ser desenvolvida, fortalecendo o vínculo e estimulando a inteligência emocional.

“Quando nossos filhos escolhem a roupa, estamos desenvolvendo o poder de decisão. Quando estimulamos o brincar livre, estamos desenvolvendo habilidades sociais, cognitivas, emocionais e físicas. Quando intermediamos um conflito entre irmãos, em vez de apenas separá-los estamos desenvolvendo a empatia, resiliência e resolução de conflitos”, disse Misnara.

É na infância que as crianças aprendem quem são e começam a traçar a personalidade dos adultos que serão. “Cuidar da forma como estamos educando nossos filhos, é cuidar do mundo que receberá esses seres mais conscientes de si”.

Misnara compartilha conteúdo no seu perfil do Instagram @misnaramentoraparental e oferece cursos e mentorias parentais para quem quer educar respeitosamente, ter ferramentas para os desafios diários e romper o ciclo da educação tradicional.

Autora do livro ‘Uma vida em Brasília’, ela também pretende publicar um livro sobre Educação Respeitosa. “Meu propósito é disseminar a educação respeitosa pelo mundo. Mostrar que é possível romper esse ciclo da educação tradicional e construir uma geração com crianças confiantes, capazes, resilientes e emocionalmente saudáveis. (com informações da assessoria)
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