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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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UNIDOS DO ARÁES

Bloco criado por irmãos e amigos de um dos bairros mais antigos de Cuiabá mantém Carnaval vivo

Foto: Reprodução

Bloco criado por irmãos e amigos de um dos bairros mais antigos de Cuiabá mantém Carnaval vivo
Antes do isolamento forçado pela pandemia da covid-19, o barulho da bateria do bloco Unidos do Aráes, que leva o nome de um dos bairros mais antigos de Cuiabá, se espalhava pelas ruas da região em época de preparação para o Carnaval. Criado no quintal de um dos moradores tradicionais do Aráes, o bloco carrega a tradição da folia e se prepara para retornar às ruas pela primeira vez desde o período pandêmico na sexta-feira (17), na Praça da Mandioca, no Centro Histórico de Cuiabá. 

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O bloco Unidos do Aráes foi criado em 2017, com o fim dos blocos Banana da Terra e Tradição do Aráes. No quintal da casa do escultor Ricardo dos Santos, de 90 anos, os filhos dele, Luiz Carlos Ferreira dos Santos, o mestre Gudo, e Claudinei Ferreira dos Santos, o mestre Nego. 

"O Gudo, que chamo de pai, estava presente na fundação do Banana da Terra e do Tradição do Araés, que também foram criados no fundo do quintal da nossa casa no Araés. Mais para frente tiveram outros diretores e presidentes. Agora estamos a frente do Unidos do Araés", conta Camila Ferreira dos Santos, de 27 anos, sobrinha de Gudo.

No Carnaval de 2018, o bloco Unidos do Aráes tomou as ruas de Cuiabá pela primeira vez. Para a estreia, Camila conta que o grupo escolheu homenagear a fundadora do Grupo Flor Ribeirinha, Domingas Leonor, a "dona Domingas". 
 

Camila lembra que com o fim dos dois outros blocos tradicionais do Aráes, Gudo e Nego não acharam justo que a região ficasse sem representatividade na folia. Com medo do Carnaval "morrer", eles se uniram a amigos de infância e outros moradores do bairro Aráes. 

"Eles achavam que nosso bairro não merecia ficar sem os ensaios de Carnaval. Meu pai juntou para montar o Unidos do Aráes. Em 2018 desfilamos pela primeira vez, homenageamos dona Domingas, do Flor do Ribeirinhas, foi uma grande homenagem e o desfile foi muito bonito". 

Tradição familiar 

Na família de Camila, Gudo e Nego, o samba e o Carnaval sempre foram assunto sério. A jovem conta que, desde que se entende por gente, a folia fez parte da casa onde moram até hoje no bairro Aráes. Camila começou como passista e permaneceu envolvida nas atividades do bloco até se apaixonar pelo som de um dos instrumentos da bateria.  


"Era passista, mas me encantei e me encontrei no chocoalho, fiquei nele agora tocando. Algumas baterias e shows sou a única mulher da bateria. Me encantei. Sambo também, só parei de ser passista, gosto mais de ser ritmista". 

Assim como Camila, que se envolveu cedo com o Carnaval cuiabano por conta da influencia dos tios, Nego e Gudo sempre fizeram parte da movimentação da folia. Ela explica que os dois sempre foram ritmistas, sendo que Nego gostava de observar os ensaios da Escola de Samba Estrela do Oriente e sonhava em ser mestre de bateria. 

"Meu tio Nego ficava nos ensaios aprendendo com o mestre deles a como ser também um mestre de bateria", lembra a jovem. 

Por conta da pandemia, a última vez que o bloco Unidos do Aráes participou da folia cuiabana foi em 2020, quando homenagearam a fundadora do bloco Banana da Terra, Cleomance Saldanha, conhecida como "Pretinha".


Entre os apaixonados pelo Carnaval cuiabano, o nome de Pretinha segue sendo um dos mais importantes e tradicionais. Durante os anos em que esteve a frente do bloco Banana da Terra, ela foi responsável por viabilizar o desfile das escolas de samba e blocos. Assim como Gudo e Nego, Pretinha manteve o Carnaval vivo nas ruas do Aráes. 

No ano passado, quando o desfile de Carnaval foi transferido para abril em Cuiabá, o bloco Unidos do Aráes esteve presente nas ruas. No entanto, nesta sexta-feira (17), os integrantes se preparam para curtir novamente a folia em fevereiro. 

"Vamos retornar a bateria do bloco, porque pela pandemia e o ano passado que teve um mini-desfile fora do Carnaval só para não passar em branco. Esse ano meu pai quer retornar a bateria. Vamos começar às 18h30 na avenida Mato Grosso e apresentar na praça da mandioca". 

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