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Terça-feira, 19 de março de 2024

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Help Vida comemora 22 anos de história e volta atenção para uma ‘nova era’

Foto: Rogério Florentino Pereira/Olhar Direto

Help Vida comemora 22 anos de história e volta atenção para uma ‘nova era’
Qual a importância de manter um ente querido por perto? Para a administradora Soraya Theodora Hadad Simioni, hoje com 53 anos, a resposta para essa pergunta veio em dois momentos específicos de sua história. Fundadora da ‘Help Vida’, empresa especializada em saúde que comemora 22 anos nesta quarta-feira (22), ela transformou experiências pessoais em vanguarda, e continua apostando em uma ‘nova era’: a da qualidade de vida.

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O primeiro momento foi em 2001. Três anos após a fundação da empresa, que nasceu voltada para remoções, eventos e atendimento de urgência e emergência, Soraya engravidou, e teve uma gestação de alto risco, com bolsa rota aos quatro meses. “A gente sempre conversa com Deus quando essas coisas acontecem. E eu falei para Deus que se aparecesse alguma coisa na minha mão, que eu pudesse fazer por alguma criança dentro do nosso serviço, eu faria”, lembra.

Sua filha nasceu saudável e, três meses depois, chegou até ela a história de uma criança de seis meses que tinha sofrido com falta de oxigênio no parto, e precisava de home care – algo que, na época, ela não queria fazer na empresa. Pagando sua promessa, ela passou a oferecer este serviço, e a garota viveu por oito anos. O home care, então, virou um dos principais focos da Help Vida.

A outra situação foi mais recente, há pouco mais de dois anos, quando a mãe de Soraya, vítima de um linfoma, foi para casa ter cuidados paliativos. “Não foi fácil. A minha mãe morreu há dois anos, e foi bem difícil pra todo mundo, mas eu vi, senti, o quanto é importante. O quanto é importante você dar dignidade pra família e pra quem está morrendo”, lembra. “Eu fiz as unhas da minha mãe na noite anterior ao falecimento dela, para ela ser enterrada, porque sempre foi muito vaidosa. E eu tenho no meu coração que ela entendia aquele movimento que tinha ao redor dela, todo carinho que recebia”. Os cuidados paliativos também não eram, até recentemente, oferecidos pela Help Vida.

História



A Help Vida nasceu em 1997, inicialmente com outros sócios, e com a ideia de levar um Pronto Atendimento até a casa do paciente. Logo no início, passou também a oferecer transporte (remoções com UTIs móveis) e, mais recentemente, o serviço de home care. Foi a empresa cuiabana que, inclusive, cuidou da segunda paciente do Brasil a ter serviço de alta complexidade, com ventilação mecânica, pelo Sistema Único de Saúde, em casa.

Neste primeiro momento, 90% do atendimento da Help era voltado para o SUS, com foco em alta complexidade com e sem ventilação mecânica, e principalmente na ala infantil. Recentemente, no entanto, o foco mudou, e 30% do atendimento passou a ser para planos de saúde e particular – enquanto 70% continua sendo do SUS.

Sem hospital



A essência da empresa está na crença de que, caso um atendimento hospitalar não seja necessário, ele não deve ser feito. Isso porque, mesmo em caso de acidentes domésticos, de pós-cirurgia, necessidade de curativo ou aplicação de medicamentos, os procedimentos podem, muitas vezes, ser realizados em casa.

“Quando você está com um paciente em casa, você tem o beneficio voltado para ele, porque toda atenção é dele”, explica Soraya. “Este paciente sempre terá uma técnica de enfermagem ao lado. Quando for fazer fisioterapia, fonoaudiologia, também será tudo voltado para o problema dele. Então, primeiro, é um paciente mais cuidado, isso é fato. Além disso, existe o bem estar de estar ao lado da família. Ele pode não interagir, mas emocionalmente ele sente a presença”.

Apesar de todos os benefícios, a CEO entende – até porque viveu a experiência – que não é fácil mudar esta perspectiva. Por este motivo, a Help Vida conta com psicólogos e assistentes sociais em sua equipe – que é formada por quase 600 pessoas, quando somados os funcionários e os prestadores de serviço. Estes profissionais acompanham desde a adaptação da família ao paciente, até mesmo o luto, caso ele venha a falecer. O serviço de apoio no luto dura pelo menos um mês, e pode se estender pelo tempo que a família necessitar. “E isso tanto para os pacientes do SUS quanto os particulares. Aqui todos são tratados da mesma forma”, garante.

Este é, inclusive, para Soraya, o futuro da saúde. “Nós não temos leitos e nem condições de atender todo mundo no mesmo lugar”, afirma. “E mesmo que se construa, por exemplo, mais 300 leitos em Cuiabá, até a construção ficar pronta, você precisará de mais 300. Isso é uma realidade. E a realidade está crescendo não só para os pacientes complexos, mas também para os mais simples. Você imagina o leito de UTI? Se eu hoje, do SUS, tenho 35 pacientes de alta complexidade com ventilação mecânica, todos com respiradores. E fora estes eu tenho 20 pacientes de alta complexidade sem ventilação mecânica, que também são UTI. Imagina essas 55 pessoas em leitos hospitalares de UTI? Elas estariam tirando o leito de pacientes que sofreram acidente, que tem condições de recuperação. A rede SUS não suporta receber esses 55 de volta. E nem a rede particular”, afirma.

Nova era



Esta ‘nova era’ será, então, uma era de cuidados mais específicos, voltados para o ambiente fora do hospital, inclusive com tratamentos paliativos – o que, segundo a CEO, não estão ligados somente a casos terminais.

“A população está envelhecendo. A nossa pirâmide vai mudar muito rápido, e nós temos que pensar nessa nova era que está chegando”, afirma. “Hoje, em congressos, já se fala da quinta idade. Então nós vamos viver mais. Nós vamos ultrapassar os 80 anos, mas precisamos ultrapassá-los com qualidade de vida. E quando tivermos uma intercorrência - que qualquer um de nós está sujeito a ter - e ela for tratada, bem cuidada, no seio do seu lar e da sua família, a possibilidade de ter uma cura, uma pequena sequela, sempre será maior do que se estiver no leito hospitalar”.

Para o futuro da empresa, especificamente, além de focar nos cuidados paliativos, a Help Vida também passará a oferecer serviços de acompanhamento hospitalar, para levar as pessoas para fazer um exame, dormir no hospital, ou simplesmente fazer companhia. Este é, inclusive, o que Soraya acredita ser o ‘segredo’ da Help: “O profissional junto com o humanitário, esse é um diferencial, com a qualidade que tentamos fazer”, finaliza.
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