Mariana Badan Dorilêo Leite, mais conhecida apenas como Badan, é cuiabana, mas há oito anos ‘ganhou o mundo’. Há seis meses, mora em Lisboa, local onde gravou seu videoclipe autoral ‘A volta’ e onde, na próxima quarta-feira (19), participa do Festival Acústico 4.0. Se vencer – como acredita que vai – ela e a banda ganham uma viagem para Madrid, onde farão um show.

Leia também:
Em Cuiabá, Fabiano Menotti fala de ‘caso de amor’ com Mato Grosso
 
A história da mato-grossense com as artes vem desde antes de nascer, com muita influência da família. “Eu tenho uma lembrança muito antiga de vender os discos do meu Vô, Arnaldo Leite, em um dos seus shows! E ver ele deitadão na cama, no camarim! Esperando a hora pra cantar. E quando tinha trabalhos da escola sobre poesia, minha Vó fazia minhas poesias. Hahahaha. Eu amava e falava que tinha sido eu”, conta a artista para o Olhar Conceito.

Quando pequena, com os primos Marília e Lucas, fazia teatro. “Sempre gostei de imitar todo mundo, fazia poesia com a Paula e a Duda e exposição de desenhos. Batíamos de casa em casa em nosso bairro vendendo desenhos, colantes... Inventava teatro na minha própria casa e chamava os vizinhos. Era dentro da churrasqueira que nos apresentávamos. Eu lembro muito bem que amava a sensação de inventar outras vozes e fazer todo mundo rir”, lembra.

Seus irmãos também vivem no meio musical. Bruno é baterista e percussionista desde a escola, e Gabriel sempre toca com ela. O pai e a mãe são grandes incentivadores, tanto que, quando a menina tinha apenas dezessete anos e vendia salgado e doces na escola para ir embora para o Rio de Janeiro, o que eles disseram foi: ‘Vai Mariana’.

Foi no Rio que Badan começou a fazer contatos. Formou-se em teatro na Universidade Cândido Mendes, e fez amizades e aprendeu com muita gente. No entanto, todos os testes que fez nunca ‘deram em nada’. “No final da faculdade comecei a cantar na rua! Porque precisava de grana pra seguir, abri meu ateliê no Mundo Novo depois de sair do Vidigal. E ganhava dinheiro vendendo minhas telas, tocando na rua de noite minhas canções e fazendo um milhão de testes”.
 
Em 2017, Mariana decidiu voltar à sua terra natal para gravar o filme ‘Teodora quer Dançar’, da diretora Samantha Col Debella. Depois de tantos ‘nãos’, nem acreditava que poderia ser aceita. “No teste eu levei meu violão e pedi pra começar cantando uma música autoral. Eu já estava com tanto não dos testes anteriores e com receio que eu quis começar sem máscara nenhuma, só queria cantar antes de tudo pra invocar o meu eu. Incrivelmente e bonito foi o primeiro trabalho que me disseram: Mariana você passou, a personagem é sua. E logo depois veio a premiação de melhor atriz. Sendo que minha música autoral entrou para o filme de trilha sonora. Eu recebi essa notícia na Espanha, quando fui passar três meses, através de um presente do meu grande, grande amigo e realizador Carlos. A gente segue trabalhando junto à distância e ele segue me produzindo”, comemora. O prêmio foi no Cine Pernambuco, em Recife.
 
Há seis meses, a cuiabana foi viver em Lisboa, local onde gravou seu videoclipe autoral ‘A volta’, lançado no último dia 7 de dezembro, pela Manjuba Filmes. Atualmente, ela e a equipe preparam o segundo clipe. “Gosto de pensar que meu estilo de música é rock pantaneiro”, explica. “Atento na madrugada, vagando como os vaga-lumes. De manhã como as araras azuis e os tuiuiús. À noite, como onças na caça do alimento. Com olhos fortes e sóbrios para lidar com a rua. Tem que estar preparado para todo tipo de animal que aparecer na minha frente. Do peão, dos operários, imigrantes, dos grito que ecoa na madrugada das ruas. Dos impérios e da batalha. Ou seja: falei falei e tire suas conclusões”.
 
Assista ao videoclipe:
 

 
Sobre o festival, Badan está confiante. “A banda escolhida que tiver vendido mais ingressos, mais barulho do público e melhor atuação viaja para Madrid e faz um show lindo lá. Que bom que eu to podendo falar antes de apresentar, porque isso vai ficar marcado. É preciso dizer que essa única vaga é nossa”, brada.
 
Confira mais sobre o trabalho de Badan AQUI, e sobre o festival AQUI.