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Com incentivo à prática científica, ‘Feira do Conhecimento’ instiga alunos a apresentar soluções ao meio ambiente

25 Nov 2018 - 16:20

Da reportagem local - Vinícius Mendes / Da redação - Vitória Lopes

Foto: Rogério Florentino/Olhar Direto

Com incentivo à prática científica, ‘Feira do Conhecimento’ instiga alunos a apresentar soluções ao meio ambiente
Em sua sexta edição, a Feira do Conhecimento do Colégio Notre Dame de Lourdes é um nato desafio para os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental ao 2º ano do Ensino Médio. Este ano, a feira voltou-se para as questões de responsabilidade ambiental, buscando todos juntos – professores, alunos e comunidade -, alternativas para solucionar problemas e incentivar a sustentabilidade.

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Após receber cerca de 70 inscrições para participar da feira, 15 grupos foram selecionados para apresentar o trabalho de pesquisa, que dura praticamente o ano inteiro.

Os alunos participantes recebem certificados de honra ao mérito, além de pontuação, que estimula aqueles que realmente gostam da pesquisa científica – e podem dedicar-se a ela na graduação, futuramente. Alguns grupos que participam da feira, inclusive, chegaram a receber condecorações, como o 4º lugar na Olimpíada de Foguetes.
 

A partir da metodologia ativa e aprendizagem criativa, os estudantes e futuros cidadãos são instigados a terem um protagonismo diante de situações e assuntos que envolvem toda a sociedade.

“Além da pesquisa científica em si, que de todo jeito é muito rica para eles, também há este olhar ambiental, esta preocupação com o nosso meio ambiente, porque precisamos dele para sobreviver. Hoje em dia estamos muito voltados para a tecnologia, porém não podemos esquecer que o meio ambiente é a nossa base”, explica a professora e coordenadora do laboratório de ciências, Indiana Campos Borralho.

Todos os projetos desenvolvidos focam na sustentabilidade, com intervenção e solução aos problemas. É a teoria das salas de aula sendo colocada em prática. “A prática sempre será benéfica. O benefício maior que vemos, é sair da sala de aula, aprender a teoria e a partir desta teoria aplicar a prática, de maneira que no dia a dia a nossa acessibilidade a produtos seja facilitada pela produção deles”, comenta a coordenadora do 9º Ano ao 3º Ano do Ensino Médio, Luciane Lourenço.

Os projetos dos alunos
 

As alunas do 1º Ano do Ensino Médio, Juliana Schmidt, Manuela Dias e Amanda Lafitá, formaram um grupo para explicar como que os canudos de plástico prejudicam o meio ambiente – visto a recente lei que proíbe o uso deles.

“Nós visamos muito essa questão ambiental, porque nos preocupamos com os animais e é uma coisa que está na atualidade. [O uso do canudo] É um costume muito errado, várias pessoas acham que pode facilitar, mas traz muitos riscos para a saúde e existem vários estudos que mostram como é prejudical para nós e para a flora”, explica Amanda. “Pesquisamos nas redes sociais, e muitos restaurantes em vários países já estão abolindo o uso do canudo, e foi por isso que escolhemos o tema”.

Como solução, o grupo desenvolveu um canudo biodegradável, que é feito de papel de seda e cera de abelha. “Os canudos de plástico são feitos de polipropileno, que é um material não biodegradável, prejudicando assim o meio ambiente. Os canudos levam em torno de 400 anos para se decompor, e isso provoca em torno de 100 milhões de mortes de animais marinhos por ano”, alerta Juliana.
 

Outro grupo, formado pelos estudantes José, Cauã Rangel e João Pedro Coringa, elaborou um projeto de produtos naturais. “Todos os produtos que fizemos são com base em produtos naturais, sem conservantes. Eles fazem bem à pele, diferente de outros produtos que compramos no mercado e também são mais acessíveis”, explica Cauã.

Para ajudar a agregar o conhecimento dos alunos, outros grupos formados por profissionais também somaram com a feira: o Judiciário Volante de Mato Grosso (Juvam) cooperou doando mudas e uma equipe da graduação em Engenharia Ambiental da Unic apresentou a importância do aterro sanitário. O Batalhão de Emergências Ambientais, do Corpo de Bombeiros, também mostrou a relevância do seu trabalho.

Também participou a empresa do Eco Descarte, que auxilia o descarte de eletrônicos, e o Ministério Público, da Promotoria do Meio Ambiente, que em conjunto com a Prefeitura de Cuiabá apresentou o projeto Águas para o Futuro, que fala sobre as nascentes.
 

Segundo a diretora do colégio, Irmã Marluce Almeida, é importante apresentar o protagonismo para os alunos, pois é a partir dele que desenvolvem conhecimento a serviço da sociedade.

“São propostas metodológicas e espaços, onde eles colocam o conhecimento para buscar alternativas inovadoras, que vão na contramão dos contra-valores que eles estão vivendo. Então como apresentar uma sociedade mais humana? Preocupada com a causa comum, preocupada com a Mãe Terra? Então isso mobiliza, porque o jovem é crítico, o jovem crê num mundo melhor, e quando eles podem ser os protagonistas destas possibilidades, eles voam e as possibilidades concretas aparecem. Eles não medem esforços de procurar profissionais, não ficam só nas pesquisas literárias”, explica.

Para a diretora o envolvimento de toda a comunidade escolar foi essencial para os resultados alcançados pelos alunos. Além das pesquisas externas, eles também contaram com o apoio dos pais e professores.

"Eu quero agradecer o apoio dos pais, o acompanhamento, a iniciativa deles, porque a escola também é parceira da família, e nós sentimos que os pais são extremamente ativos, eles não apenas incentivam, mas possibilitam o crescimento dos filhos. Quero agradecer também à equipe dos professores, porque eles [alunos] tinham professores que os acompanhavam, então o corpo docente também contribuiu muito com este trabalho", disse a diretora.

Melhor desempenho

Um levantamento da Folha de São Paulo, feito com base em dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontou que o Colégio Notre Dame de Lourdes foi a escola de Cuiabá que obteve o melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2017, considerando a média das provas objetivas com a redação.

A diretora Irmã Marluce Almeida avalia que isto se deve a vários fatores. Além de iniciativas como esta, da Feira do Conhecimento, ela reconhece que os alunos tem prazer pelo estudo e a metodoligia da escola se soma a este fator.

"Eu penso que não é só uma questão, elas estão interligadas. Nós temos alunos que gostam de estudar e também quando a escola tem como proposta metodológica colocar o aluno como protagonista muda um pouco o processo", afirmou a irmã Marluce.
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