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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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nem esquentou cadeira

Chamado de "rainha da Inglaterra", secretário de Cultura rebate: “Se a vontade dele era chegar aqui neste cargo, eu sinto muito”

Foto: Rogério Florentino Pereira/ Olhar Direto

Chamado de
Um burburinho tem tomado conta da cultura mato-grossense desde a última sexta-feira (13) após nova troca de Secretário de Estado. Apenas três dias após sua nomeação, Gilberto Nasser assinou portaria delegando algumas funções para sua adjunta, Regiane Berchiele, o que o tornou alvo de críticas. O ex-presidente da Academia Mato-Grossense de Letras, advogado Eduardo Mahon chegou a publicar em suas redes sociais uma foto da Rainha da Inglaterra, com a seguinte legenda: “Adivinhem quem é?”, em clara referência ao episódio.

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Dentre as funções delegadas à adjunta, estão: “I - exercer a função de Ordenador de Despesas, incluindo os atos necessários à execução orçamentária e financeira na aplicação de recursos para a realização de todas as despesas de manutenção e investimentos contratados com orçamento da Secretaria Estadual de Cultura; II - exercer a função de Ordenador de Despesas, incluindo os atos necessários à execução orçamentária e financeira na aplicação dos recursos, processos de despesas com folha de pagamento de pessoal e encargos sociais; III - conceder adiantamento aos servidores, bem como aprovar a respectiva prestação de contas, de acordo com a legislação vigente; IV - conceder diárias aos servidores bem como aprovar a respectiva prestação de contas, de acordo com a legislação vigente; VI- assinar ofícios de solicitação de adesão para outros órgãos; VII - autorização para emissão do PED reserva e Empenhos; VIII - análise e emissão de portarias ligadas a procedimentos de contratação”.

Em entrevista ao Olhar Conceito, o secretário explicou que a delegação é algo ‘de praxe’. “O Secretário de Estado é o ordenador nato das despesas. Porém, ele pode delegar”, explicou. Segundo Nasser, estas funções, normalmente, são delegadas à Secretaria Adjunta de Núcleo Sistêmico, mas, no dia em que foi publicada a portaria, o servidor que ocuparia este cargo, Geraldo César, ainda não havia sido nomeado. “E passei pra Regiane, porque eu não fico aqui toda hora”.

Para Nasser, as críticas vindas de Mahon têm outra motivação. “O Doutor Eduardo Mahon é uma pessoa que eu sempre respeitei. Tinha ele como meu amigo, ia em todos os lançamentos de livros dele, sempre critiquei os livros dele muito bem”, afirmou. “E ele gostava do Governador Pedro Taques. O Governador era convidado pra jantar na casa dele, ia - eu ficava até com vontade de ir também, participar desses jantares, mas nunca fui convidado - e ele o estava apoiando. De uma hora pra outra ele passou a ficar contra o governo. Tem suas razões e eu respeito. E eu continuei apoiando o governador que eu votei, que eu respeito e admiro. E ele se zangou. Ele queria que eu também fosse pro lado dele e ficasse alinhado com o discurso de oposição dele. Não, não e não. E aí o que aconteceu? Um belo dia ele me bloqueou no Facebook”.

Além do rompimento pessoal dos dois, o secretário aponta outra causa: “Agora, se em menos de uma semana ele já está tecendo críticas desse tipo, Doutor Eduardo Mahon não merece minha consideração, e nem a minha resposta. Ele que fique fazendo as críticas que ele quiser, à vontade. Eu continuarei aqui na Secretaria de Estado de Cultura. Talvez um lugar em que ele tanto queria estar, mas que por motivos que eu desconheça, ele não chegou até aqui. Sinto muito”.

O Olhar Conceito procurou o advogado, que afirmou que a delegação de poderes feita por Nasser “só demonstra a incapacidade pessoal dele em assumir a SEC, além de ser ilegal. Taques acaba a gestão com o terceiro secretário que recebe, mas não ordena despesas, uma real transformação”, afirmou.

Mahon ainda deu outra versão do rompimento da amizade. “Se eu fosse secretário, é capaz de não conseguir pagar minhas contas. A verdade é que bloqueei Gilberto por ter me agredido e chamado de intelectualoide, ao criticar o Taques. Lembro que já fomos juntos ao Palácio ouvir promessas nunca cumpridas”.

Gilberto Nasser assumiu a Secretaria no dia 10 de abril. Antes dele, foram secretários de cultura o maestro Leandro Carvalho, por três anos, e o jornalista Kleber Lima, por cerca de dois meses. sobre a portaria, a Secretaria chegou a emitir uma nota em resposta às críticas feitas na Imprensa. Leia a íntegra:

Segundo a Secretaria de Estado de Cultura, o secretário Gilberto Nasser é inteiramente responsável pela pasta, e pode delegar responsabilidades a fim de dividí-las com outros integrantes da equipe habilitados para tais fins. Ele é o ordenador de despesas nato, e é de praxe em todas as Secretarias de Estado, a ordenação de despesas para outro servidor, que poderá, em sua ausência, realizar operações orçamentárias e financeiras no sistema Fiplan.

Normalmente, esta função é dividida com a secretaria adjunta de núcleo sistêmico, mas, como nesta transição foi definido o profissional que irá atuar no setor, mas ainda não foi nomeado, então o secretário Gilberto Nasser compartilhou essa função com a sua secretária adjunta de cultura, Regiane Berchieri.
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