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Sábado, 27 de abril de 2024

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Cobertura Hypeness: 5 coisas que eu aprendi sobre maconha no Ganja Talks

Foto: Divulgação

Cobertura Hypeness: 5 coisas que eu aprendi sobre maconha no Ganja Talks
Aconteceu em São Paulo o primeiro festival 4 e 20 do Brasil. O Ganja Talks é um evento que reúne discussões sobre o universo canábico visando a expansão de ideias e a abertura de diálogos sobre o assunto. E é claro que a gente foi lá para conferir que brisa é essa!

Sábado, dia 30 de abril, as Vila Madalena ficou tomada por machonheiros (ou maconhistas, se preferir). E não se assuste com o nome! Um dos motes do Ganja é a hashtag #saiadoarmario, que convida usuários da cannabis a assumirem o uso e assim levantar a discussão quanto a legalização nas mais variadas esferas como saúde, políticas públicas, empreendedorismo e claro, o uso recreativo da erva.

O rolê foi organizado pelo João Paulo Costa e Henrique Torelli, ambos criadores do Who is Happy, aplicativo conhecido no Brasil como o Foursquare da Maconha. Os dois empreendedores sentiram a necessidade de investir em conteúdo que traga uma outra perspectiva sobre o mercado da maconha no Brasil.

Eles também contaram com a ajuda de voluntários que se disponibilizaram a organizar o evento, bem como a presença de palestrantes feras como o queridíssimo Cazé Peçanha, os advogados e ativistas Emilio Figueiredo e o Profeta Verde, assim como o doutor Henrique Carneiro, professor de História Moderna da USP. Tiveram lá também os caras que criaram a seda aLeda e o fundador da Ultra 4e20 – marcas canábicas já consolidadas no mercado brasileiro.

Para não bater o tédio, tinha food truck – com carne e sem carne – para matar a larica da galera, vendas (e muitos brindes) de produtos – dichavas, seda, piteira, etc; bem como a exibição de filmes e documentário, entre eles o Ilegal, do Tarso Araújo que conta a história da Katiele, uma mãe que lutou com unhas e dentes pelo acesso ao CBD, uma substância derivada da maconha para conter crises de uma forma de epilepsia grave de sua filha – e de mais uma série de outros brasileiros. E você achando que era só papo de noia, né?!

Tudo isso aconteceu em diferentes lugares e tudo ao mesmo tempo. E para participar de algumas mesas era preciso ter dado aquela contribuição no Catarse. E foi da hora! Deu para conhecer bastante gente interessada no assunto não só porque curte f1 (fumar um, legenda para você que não é nóia), mas porque acredita que já está na hora de acabar com um dos maiores tabus e preconceitos da sociedade hoje e colocar em pauta um ideal que vai muito além do barato. E o que eu aprendi por lá? Pera aí eu já te conto, se liga só:

1. Dá para plantar no Brasil

Apesar da prática ainda ser criminalizada, já tem muita gente plantando para consumo próprio por aqui. Eu já sabia disso, mas sempre ouvi histórias de que fulano trouxe a semente da Europa, mas sempre me perguntei se os vídeos no Youtube davam conta de ensinar como manter a planta e obter os produtos certo para o cultivo dela.

Entre os expositores do Ganja estava a galera do Grow Plant, um pessoal que fornece tudo o que você precisa para subir a horta! Entre os artefatos legalizados, claro. Eles têm luz, fertilizante, manual de instrução e todos os outros produtos que você vai precisar para cultivar seus buds. FO-DA!

2. Existe um mercado digital da maconha

Aqui no Brasil tudo ainda é muito novo, mas lá fora há uma série de apps e plataformas totalmente dedicadas à ganja. O Eaze, por exemplo, é um aplicativo que entrega maconha via Uber nos EUA. É uma explosão de amor reunido com investimentos significantes, como os 10 milhões de dólares via Snoop Dog. Mas não é só isso.

Durante a palestra do João, o cara do forsquare da maconha, fiquei sabendo que os caras do ramo não trabalham como concorrentes propriamente ditos, pois, uma vez que surge uma nova startup sobre o assunto, ela mesma acaba investindo em outras já mais consolidadas para poder ser anunciantes na própria concorrência. Ou seja, como o mercado ainda é restrito e tem um potêncial gigantesco, alguns desses cases acabam agindo em conjunto.

Outros nomes como a Canopy Boulder e a Gateway já trabalham como aceleradora de novos projetos dando suporte e visibilidade para quem começa a empreender na área. Como no caso do canal no Youtube The Pot Scientist, que, aliás vale a pena dar uma olhada:



3. O porquê dos 4 e 20

Muitos são os boatos e as histórias que surgem sobre porque às 4h20 é a hora oficial da maconha. De acordo com o Alexandre Perroud, da Ultra 4e20, a moda pegou e se espalhou quando um grupo de 5 amigos se encontraram na década de 1970 para desbravar um mapa feito a mão encontrado por eles que prometia como tesouro um lugar onde a erva danada era cultivada e distribuída gratuitamente. E o horário que eles se encontrariam seria às 04h20. Para não dar para entre os professores do colégio, eles usavam o horário justamente para falar sobre o assunto sem que ninguém soubesse sobre o que eles estavam falando.

A história do mapa e dos meninos 4e20 se espalhou pelo mundo todo e, conhecidos como The Waldos, o grupo só foi descoberto pela mídia em 1990, quando uma revista norte-americana publicou uma matéria desvendo todo o mistério por trás do número. Mas aí outros grupos reivindicaram por outras explicações concretas, mas o Alê jura que foi assim que surgiu a hora sagrada da ganja!

4. Existe “um lado bom” da ilegalidade

O fato de o mercado brasileiro ser considerado virgem para a maconha possibilita que criemos mecanismos que impeçam o surgimento de monopólio de grandes corporações numa possível regulamentação. Podemos inspirar — e tomar como base — exemplos ocorridos em outros países, como por exemplo, o caso uruguaio, que o estado é o principal regulador do mercado, tendo o controle da produção e distribuição da maconha.

No estado de Washington, por exemplo, não é possível uma mesma empresa obter diferentes certificados (produzir, distribuir e comercializar), o que impede a formação de grandes corporações no mercado cannábico do estado.
Essa condição virgem, possibilita pensar nos diversos campos envolvidos na regulamentação, assim como o social (situação do antigo traficante e de quem está envolvido no processo, por exemplo), e econômico (geração de receita e arrecadação).

Ou seja, o buraco é mais embaixo. É preciso sim clamar pela legalização e/ou a descriminalização, mas tendo a consciência de que uma legislação bem elaborada é essencial. E para isso podemos sim pegar os “erros” de outros países e usar como trunfo para uma regulamentação adequada.

5. A gente tem que ir para a rua

Não adianta só falar, discutir e levantar a bandeira. A lição que fica de absolutamente todas as palestras é que a gente tem que comparecer na Marcha da Maconha – um evento que só cresce eu número de participantes em todo o Brasil e que precisa crescer ainda mais.

Durante o bate papo com o professor doutor de História Moderna da USP, Henrique Carneiro, ele comparou a descriminalização da maconha com a revolução sexual. “Se milhares de gays e ativistas não tivessem ido para as ruas, se não houvesse a Parada Gay e se nada disso tivesse acontecido, com certeza os direitos humanos que envolvem as questões dos homossexuais ainda estariam muito atrasadas”.

Ou seja, é aumentando os números nas ruas que conseguimos de fato levantar essa discussão para todas as esferas da sociedade. Abrir o diálogo, debater o que precisa ser feito e como pode ser feito. Só assim o movimento ganha força e a gente consegue chegar ainda mais perto de uma legislação menos ignorante.

A maconha é uma das mais antigas e mais bem sucedidas do mundo. Tem propriedades medicinais, calmantes e avança em estudos como até a cura do Câncer, já comprovado em ratos que tiveram eliminaram tumores com substâncias derivadas da Cannabis sativa.

Mas não cabe a esse post te linkar os motivos pelos quais a maconha precisa ser descriminalizada, pois já fizemos isso aqui e vira e mexe postamos uma novidade e trazemos até você ainda mais informação sobre o assunto. Vale a pena conferir nossas matérias canábicas e ficar ainda mais ligado no assunto 😉

E se você, caro leitor do Hypeness apóia a causa, não faça feio e compareça no dia 14 de maio na marcha mais próxima. Porque é aquela velha história que não sai de moda e clama pela nossa consciência em dias como esses: “juntos somos mais fortes” – sempre!

VLW, FLW!

Colaborou: Matheus Temporini







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