Olhar Conceito

Sexta-feira, 29 de março de 2024

Colunas

Nas ondas

Neto Gabiru

Os Textos bíblicos nos apontam que “No princípio era o VERBO...”. Verbo que sabemos ser a palavra que torna possível que as coisas aconteçam. Como as palavras ditas ecoam por meio de ondas sonoras, lá estava no princípio, o princípio que de forma imutável permaneceria até nossos dias em forma de comunicação. O Som.

Se outrora dependíamos dos livros para imortalizar a palavra, antes grafadas em tábuas sumerianas com escritas cuneiformes e também dos papiros egípcios, com o passar do tempo e as novas tecnologias surgidas, em breve teríamos a possibilidade de ouvi-las emitidas por seus próprios emissores graças à chegada do fonógrafo de Thomas Edson em 1876. Essas pérolas extraídas das aulas do Mestre Abel Santos no Curso de Música da UFMT ( Bons tempos de academia...) hoje me inspiraram a escrever sobre o passo além-fonógrafo: a transmissão das vozes e melodias através dessa invenção iria trazer ao mundo as ondas de RÁDIO... .

Notável descoberta do final do século XIX, por alguns atribuída ao italiano Marconi, e também atribuída ao gaúcho Padre Landell. Independente das controvérsias de quem fez essa maravilhosa descoberta, o mundo seria diferente depois disso. Estava inaugurada a Era das transmissões de Rádio. Os mais distantes pontos do planeta poderiam receber através das Ondas Curtas, notícias e canções. Um momento ímpar na História das comunicações tão necessária para interligar a humanidade.  

O Brasil que havia presenciado ainda em 1892 o Pe. Landell transmitir e captar sons com uma válvula de três eletródios, em 1912 veria o surgimento da Estação Radiotelegráfica de Amaralina, em Salvador. O tempo passou e as terras do Centro-Oeste brasileiro iriam  captar as ondas de rádio através da instalação da Rádio Voz do Oeste em 1934.  Esta rádio traria para o povo de Mato Grosso as programações das rádios e influências do Rio de Janeiro. O tempo passou e  na atualidade não se concebe sequer um metro de chão onde não se tenha contato com o que ocorre pelo mundo em tempo real. Se foi bom ou não, se fez bem ou mal à sociedade da época como na atual, caberá ao futuro analisar.

Enquanto isso continuaremos surfando nessas mágicas ondas  que ainda aliadas à tecnologia da imagem, nos concedem o privilégio de ao menos tentar mostrar para o resto do mundo os nossos sons, nossos timbres e outras cantorias que entram e saem daqui. Se estão ou não divulgando nossas raízes, depende da “Onda” do momento e é outro assunto que poderemos um dia abordar aqui. Talvez sim, talvez não...

*Raul Fortes é músico-educador, regente, cantor, percussionista e integrante dos grupos "O samba, a bossa e as novas', 'Camerata Jazz', 'Mesa pra 6', 'Quinteto Camerata' e 'Orquestra de rua'. 

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