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Sexta-feira, 29 de março de 2024

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​Não se deve dar asas para cobra…

Falar de crise parece quese tornou uma obrigação.
 
Dia desses em uma conversa entre amigos, passado os primeiros momentos, a tal da crise veio à baila. Eu me neguei determinantemente de falar dessa “fulana” que tem assombrado a vida da maioria dos brasileiros. Deixei claro que eu estava ali para rever os amigos, rir e não para me aborrecer.
 
Nessa hora um dos presentes me disse: “parece que você vive em um mundo de fantasia, estamos passando pela maior crise da história da nação e você não quer falar a respeito, não seria uma forma de fuga da sua parte?”.
 
Confesso que tive o impulso de colocar toda a educação que recebi dos meus pais no pé do toco (o bom caipira fala assim) bater as tamancas e rasgar o verbo. Elegi por manter-me minimamente civilizada e defendi que falar de crise em um momento como aquele não era uma boa opção, afinal, eu acreditava que nos reunimos para confraternizar. Depois de alguns sins e outros nãos o tema da noite se dividiu entre a “fulana”, viagens e comida.
 
 No frigir dos ovos a noite foi agradável.
 
Mas aqui entre nós, eu penso que enaltecer os momentos difíceis é ser pouco inteligente.
 
 A crise esta posta, nós os comuns, temos pouco alcance para mudar o quadro, podemos sim escolher melhor quem irá nos representar, podemos e devemos pressionar o congresso com manifestações pacíficas, podemos e também devemos aprender a administrar melhor os recursos que chegam até nossas mãos.
 
Vejo como importante termos uma cultura mais conservadora em relação à vida e você pode observar que todos os conservadores poupam para os períodos de vacas magras. Isso eu vejo como relevante a ser discutido, agora ficar externando o tempo todo sobre as dificuldades só fará com que elas se tornem mais intensas.
 
 Quando valoramos muito os momentos difíceis, corremos sérios riscos de atrairmos coisas mais difíceis, a tal da energia é coisa séria gente.
 
Para nos conectar com o desânimo é igual a tirar doce de criança, e o desalento é uma erva daninha perigosíssima, ela é capaz de destruir os nossos mais lindos sonhos.
 
Momentos difíceis fazem parte do chamado “Kit” sucesso. Ninguém chega ao topo sem antes passar por poucas e boas, e só chega lá quem se foca no que deseja, e não no que o deprime.
 
A bem da verdade, quando desejamos algo e encontramos barreiras é saudável pensar que o que almejamos ainda não está pronto para chegar até nós, que será necessário mais disciplina, dedicação, esforço e perseverança. Barreiras, dificuldades, crises fazem parte do mundo dos vivos. Dar ênfase a elas é uma forma de morrer para a vida.
 
Preste atenção em um detalhe, o pior momento da minha e da tua vida pode ser que optemos por abandonar nossos projetos, tanto quanto pode nos levar a reverter o processo e nos munir de mais força, coragem, motivação e nos qualificarmos ainda mais para alcançar a vitória.
 
Crise é uma serpente e eu penso que não devemos dar asas para cobra.
 
Um abraço
 
Isolda Risso

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